INSS suspende novos registros de crédito consignado pelo Agibank
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu, por tempo indeterminado, o recebimento de novos registros de crédito consignado pelo Agibank, citando uma série de “irregularidades e práticas lesivas” aos beneficiários do INSS.
Na divulgação do balanço do terceiro trimestre, o Agibank disse que atingiu em setembro participação de mercado de 8,8% em operações de crédito consignado para beneficiários do INSS.
“A auditoria constatou a existência de quantidade significativa de contratos averbados sem consentimento expresso dos beneficiários”, afirma o comunicado do INSS divulgado nesta quarta-feira, informando sobre a decisão da véspera.
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“Além disso, há indicativo de irregularidades em milhares de operações da instituição”, acrescentou, citando que a decisão foi fundamentada em auditora da Controladoria-Geral da União.
Procurado pela Reuters, o Agibank disse que tomou conhecimento da suspensão anunciada pelo INSS sem ter sido previamente comunicado ou mesmo com a oportunidade de apresentar defesa e esclarecimentos.
“A instituição reafirma que todos os contratos seguem protocolos rigorosos de segurança, como biometria facial, validação documental e cruzamento de dados em bases oficiais”, afirmou em nota.
Também afirmou que desconhece contratações irregulares, mas que, em caso de constatação das suas ocorrências, serão adotadas providências para saneamento dos tramites internos, além de absorver integralmente o impacto, sem ônus para clientes ou para o INSS, com ressarcimento integral dos valores envolvidos.
O Agibank também disse que já solicitou acesso aos autos ao INSS, a fim de que possa realizar uma análise detalhada dos apontamentos apresentados pela autarquia e pela CGU.
O INSS cita entre os achados mais graves que motivaram a suspensão a existência de 1.192 contratos assinados após a data do óbito dos beneficiários, entre 2023 e 2025. Desses, 163 foram firmados com benefícios já encerrados nos sistemas do INSS.