Mercados

Inter projeta 118 mil pontos para o Ibovespa em 2023

14 dez 2022, 9:11 - atualizado em 14 dez 2022, 9:11
Ibovespa/Bolsa de Valores B3
Inter vê cenário mais restritivo e lança novo preço-alvo de 118 mil pontos para o Ibovespa no próximo ano (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Inter Research lançou um novo preço-alvo de 118 mil pontos para o Ibovespa em 2023, na expectativa de um cenário mais restritivo, com risco fiscal e juros ainda elevados no Brasil e um exterior em desaceleração, impactando as commodities (de grande peso no índice).

De acordo com o Inter, o cenário político econômico conturbado, de temor de descontrole das contas públicas diante da aprovação da PEC da Transição, levou à revisão das projeções de afrouxamento da política monetária por parte do Banco Central em 2023, pressionando ativos locais no curto prazo e manchando as expectativas para os ganhos do próximo ano.

“Se nos últimos meses vislumbrava-se um alívio monetário já no primeiro semestre de 2023, por conta da desaceleração da inflação, agora se precifica juros elevados por mais tempo, o que deve seguir pressionando os resultados financeiros das companhias, impactando a margem líquida ao longo de todo o próximo ano”, comenta Gabriela Joubert, analista-chefe da instituição.

O Inter destaca ainda que o prêmio de risco, que caminhava para níveis mais baixos, volta a subir.

“Juntamente com custos de captação mais elevados, alavanca as taxas de desconto para precificação dos modelos de avaliação, levando a cortes de projeções para o próximo ano”, acrescenta Joubert.

Ruídos políticos jogam Ibovespa para baixo

O Ibovespa tem sofrido as pressões do ambiente macro. Os recentes anúncios na ala política atingiram em cheio o mercado, com o principal índice da Bolsa retornando aos 103 mil pontos.

Ontem, a confirmação de Aloizio Mercadante para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) trouxe uma onda de aversão a risco. Após o fechamento, Fernando Haddad anunciou os primeiros nomes de sua equipe econômica. Aos poucos, o futuro ministro da Fazenda vai sinalizando os planos do novo governo para a economia do país.

Esta quarta-feira (14) promete ser igualmente corrida. O mercado deve se concentrar em mais nomes que o presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva prometeu anunciar na semana.

Além disso, há a possibilidade de que a PEC da Transição, que amplia o teto de gastos em R$ 145 bilhões pelo prazo de dois anos e abre margem de aproximadamente R$ 23 bilhões nas contas do ano que vem ao excetuar investimentos do limite do teto com base em uma parcela de excesso de arrecadação do governo, seja votada na Câmara dos Deputados.

Investidores também devem digerir a aprovação na Câmara de um projeto que muda a Lei das Estatais, reduzindo o período mínimo de desvinculação da estrutura decisória de partido político para que o indicado possa tomar posse em cargo de diretoria ou de conselho de administração de estatal.

Ainda, o Federal Reserve (Fed) anunciará a decisão de sua última reunião do ano sobre a taxa de juros dos Estados Unidos. A expectativa é de que o banco central americano alivie um pouco o seu aperto monetário, elevando os juros em 0,50 ponto percentual.

Mínimas históricas

Apesar da cautela, o alvo em 118 mil pontos para o Ibovespa se apoia pelo desconto em relação ao potencial de lucratividade das empresas para ano que vem.

De acordo com Joubert, “encontramos um múltiplo justo sendo negociado a 7,2 vezes, podendo retornar à média de 8 vezes, gerando um upside (potencial de alta) de 12% a 118.000 pontos para 2023″.

A analista lembra que, conforme ia precificando as incertezas no cenário doméstico e global, o Ibovespa chegou às mínimas históricas sob múltiplo P/L (preço sobre lucro), atualmente em 6 vezes (contra média dos últimos cinco anos de 12 vezes). Joubert reforça que o Ibovespa está, inclusive, abaixo da média de tempos recentes mais pessimistas.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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