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Prepara-se para dia pesado: Ibovespa em dólar afunda com saída de Prates da PETR4; ‘não vai cair sozinha’

14 maio 2024, 23:23 - atualizado em 15 maio 2024, 10:36
Petrobras pode desabar (e levar consigo o Ibovespa) (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O investidor poderá ter uma quarta-feira difícil no Ibovespa após a demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras (PETR4). O EWZ, índice de ETFs dolarizado da bolsa, despencava 1,75% no pós-market de Nova York. Já os ADRs da estatal caiam 7%. Ao todo, a Petrobras possui 13% de peso no índice.

“Péssima notícia. As ADRs já estão sentindo, amanhã provavelmente veremos não só a Petro, como estatais também sofrendo. Não tem como. Você volta a ter aquela discussão com direcionamento estratégico, de Capex (investimentos), de dividendos, alocação de capital. Todos aqueles ruídos que tivemos agora ficam atona. Você tem uma sinalização péssima do governo”, explica Rafael Passos, da Ajax Investimentos, ao Money Times.

Além disso, para o analista, o nome de Magda Chambriard não é bom e está relacionado com a última gestão do PT, quando a estatal foi sacudida com escândalos de corrupção e má gestão da política de combustíveis. “Provavelmente veremos uma sequência bem fraca de Petrobras”, completa.

A indicação de Chambriard foi confirma nesta noite pela estatal. A executiva foi ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) durante o governo de Dilma Rousseff.

Segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, a respeito da mudança na liderança da Petrobras, já era evidente um desgaste significativo no âmbito político envolvendo Prates e os demais ministros.

“Embora Jean Paul Prates tenha sido nomeado presidente da Petrobras com a expectativa de promover mudanças substanciais na gestão e no foco estratégico da empresa, observa-se trimestre após trimestre que tais expectativas não se concretizaram”, afirma.

  • Demissão de Prates pode gerar uma nova crise na Petrobras? Confira o que está acontecendo na estatal e o que esperar agora, segundo o analista Ruy Hungria, da Empiricus Research. É só clicar abaixo e assistir ao Giro do Mercado:

Petrobras: Investimento teria sido causa da demissão, diz Estadão

De acordo com o jornal, a troca se deve a cobrança por mais investimentos da estatal, grande mote da gestão Lula. Durante a campanha presidencial de 2022, o petista prometeu voltar a investir da estatal, além de criticar os dividendos exorbitantes da gestão de Bolsonaro.

Apesar disso, a empresa continuou a distribuir gordos dividendos, com uma gestão que agradou o mercado. No ano passado, a empresa disparou mais de 60% e renovou máximas históricas de valor de mercado.

Em teleconferência de resultados desta terça, Prates ressaltou seu compromisso com a remuneração do investidor e o investimento em ativos de petróleo, o que voltará a ficar sob reavaliação após a nova mudança de gestão.

Os investimentos da Petrobras com exploração e produção totalizaram US$ 2,5 bilhões no primeiro trimestre, 21% acima do ano passado, devido ao aumento dos investimentos no desenvolvimento dos grandes projetos que sustentarão a curva de produção dos próximos anos.

Porém, em relação ao quarto trimestre, houve queda de 10% devido, principalmente, a postergação de atividades submarinas, bem como marcos de pagamentos de UEPs própria.

A estatal encerrou o período com lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, queda de 38% em relação ao mesmo período de 2023.

O número ficou abaixo da expectativa reunida pela Bloomberg, que esperava cifra de R$ 32 bilhões.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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