Estados Unidos (EUA)

Especialistas alertam para viés doméstico e defendem maior exposição internacional; entenda

06 jun 2025, 16:05 - atualizado em 06 jun 2025, 16:05
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Investidores brasileiros ainda mantêm baixa exposição ao exterior, (Imagem: franckreporter de Getty Images Signature)

O investidor brasileiro ainda apresenta forte viés doméstico e mantém uma exposição limitada ao mercado internacional.

Segundo Pier Mattei, cofundador e CEO da Monte Bravo, apenas 2% dos brasileiros investem fora do país atualmente.

Durante painel realizado na Monte Bravo Experience, Mattei comparou o dado com a realidade dos EUA, onde mesmo os investidores locais mantêm cerca de 25% do patrimônio aplicado em outras economias.

‘Vício na Selic’

Daniel Haddad, diretor e sócio da Avenue, também participou da discussão e destacou o “vício” dos brasileiros na taxa Selic.

Para ele, não se trata de escolher entre investir no Brasil ou no exterior, mas sim de buscar uma combinação entre os dois.

Segundo Haddad, a dependência excessiva de aplicações atreladas aos juros — que seguem em patamares elevados — tem prejudicado o investidor.

“Se uma pessoa tivesse investido a 100% do CDI entre 2015 e 2024, teria acumulado um retorno de 142% em reais, mas apenas 4% em dólar. Ou seja, perdeu poder de compra”, explicou.

De acordo com Daniel, estudos apontam que uma alocação mínima de 18% do portfólio em ativos dolarizados seria necessária para neutralizar os efeitos da inflação da moeda norte-americana.

Ele também ressaltou a diferença e a transformação do mercado acionário dos Estados Unidos ao longo das últimas décadas.

“Há 20 anos, Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) já eram os principais nomes da Bolsa brasileira, e nada mudou. Já nos EUA, as líderes mudaram com o tempo, acompanhando as tendências e a modernização da economia. Das 10 maiores empresas do mundo, 9 estão lá”, afirmou.

Cenário e incertezas

O painel também discutiu o cenário macroeconômico dos Estados Unidos, com Haddad ressaltando que o país possui uma das menores cargas tributárias entre os países da OCDE e representa atualmente 25% da economia global.

Apesar da força da economia norte-americana, o especialista chamou a atenção para as incertezas sobre os próximos passos do Federal Reserve.

“Nem mesmo os membros do Fed chegaram a um consenso sobre qual será a taxa de juros americana a partir de 2028, porque o mercado está muito incerto”, disse.

Quanto à guerra comercial, na avalição dos especialistas presentes, “o pior já ficou para tras”, sinalizando uma possível estabilização nos atritos econômicos globais.

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Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.
igor.grecco@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.
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