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Investir em vinhos: Veja o fundo com proteção cambial que oferece “degustação” de cotas

08 ago 2022, 11:51 - atualizado em 08 ago 2022, 12:12
Vinhos expostos na Oeno House fundo Oeno Vitreo
Vinhos expostos na Oeno House, em Londres (Imagem: Divulgação/Oeno)

Na cartela de investimentos alternativos, um produto em específico tem a característica de se valorizar ao longo do tempo e ganhar mais qualidade. Apoiados por uma oferta restrita e pela demanda crescente, os vinhos, em especial os finos, têm se apresentado cada vez mais como ativos para alocação.

Foi pensando nas oportunidades dessa indústria no Brasil e no mundo que surgiu o Empiricus Oeno Vinhos Finos FIM IE, fundo de investimento lançado em junho pela Empiricus Investimentos, antiga Vitreo, em parceria com a Oeno Asset, empresa reconhecida nas grandes casas de vinho europeias e que negocia algumas das garrafas mais raras do mundo.

Longe de ser “apenas” um fundo que investe em rótulos de vinhos finos, o produto, voltado a investidores profissionais, entrou no mercado brasileiro com o diferencial de trazer toda a experiência de um clube de investimento, com encontros trimestrais e semestrais em que é possível degustar os vinhos da carteira.

Victor Hugo Cotoski, responsável pela Oeno Asset e pela expansão do Grupo Oeno no Brasil, explicou ao Money Times que, além da base fundamental entre oferta e demanda, um fator que levou à parceria com a Empiricus Investimentos foi a ausência de um produto financeiro focado em vinho e nos moldes dos clubes praticados na Europa.

No Reino Unido, as confrarias e os clubes de vinho constituem um clube de investimento ou um fundo de investimento em que se vende uma cota desse clube para que você faça parte deste fundo e dos encontros mensais ou trimestrais de degustação de vinho”, afirmou.

“Foi aí que identifiquei uma oportunidade no Brasil. O país está em uma expansão de consumo de vinhos e não tem nenhum produto financeiro ainda. Existem as confrarias, mas são muito pontuais, de investidores que investem aqui no exterior”, completou o executivo.

Passion assets: um território a ser mais explorado

Cotoski também disse que a ausência de uma oferta diversificada de passion assets ajudou o Grupo Oeno a dar um passo adiante e pisar em território brasileiro.

Os passion assets fazem parte de uma categoria dentro dos ativos reais. Combinando paixão por determinado produto com investimentos, essa segmentação, historicamente, se mostra como uma boa forma de proteção contra as baixas do cenário macro.

Os vinhos finos estão entre as três categorias dos passions assets que mais valorizaram nos últimos anos, juntamente com whiskies raros e carros de coleção.

Alguns motivos explicam a boa performance dos vinhos finos no mercado, sendo o principal deles a tese de que a oferta e a demanda estão muito bem correlacionadas.

Cotoski comentou que, para a indústria de vinho finos, mesmo em momentos de abalo econômico, a grande demanda – do consumidor que ganha a partir de 100 mil libras por ano (cerca de R$ 623 mil) ao ultrarrico, com patrimônio acima de US$ 30 milhões – não sofre grandes oscilações.

“Independente do que aconteça, ele não vai deixar de consumir um vinho de US$ 300 por um vinho de mercado. Isso não modifica a maneira dele consumir”, reforçou.

Além disso, acrescentou o executivo, os vinhos finos ganham mais qualidade conforme o tempo passa.

Segundo Cotoski, o vinho só vai atingir elevado equilíbrio entre o sétimo e 15º ano, em média. Alcançando esse nível, o produto está em bom estado para ser consumido.

“Você pega a base da oferta, ano a ano ele vai sendo consumido, e ano a ano vai melhorando a qualidade. Então, é o único [investimento] alternativo que, a cada ano, melhora de qualidade e está 100% atrelado ao consumo”, afirmou o executivo.

Investir em vinhos vs. colecionar

Cotoski destacou que investir em um fundo focado em vinhos pode envolver “paixão”, mas é bem diferente de colecionar.

De acordo com o diretor da Oeno, investir em um fundo conta com vantagens que um colecionador provavelmente não terá caso resolva vender sua adega.

“Para colecionar, você traz o vinho para casa, monta uma adega, degusta. Mas, se daqui a dez anos você tentar vender essa adega, dificilmente achará um comprador. Porque o comprador que quiser uma adega de, por exemplo, R$ 1 milhão, só vai comprar se tiver certeza de que, nos últimos dez anos, as garrafas ficaram guardadas nas mais perfeitas condições”, pontuou o executivo.

Cotoski reforçou ainda que o investidor do fundo, com aplicação mínima de R$ 50 mil, aproveita uma carteira com exposição a diversas regiões da Europa e do mundo, além de variados tipos de vinho. Se ele resolvesse investir sozinho, é bem provável que o valor da cota do fundo desse para comprar apenas um case de vinho, afirmou.

Vinhos expostos na Oeno House, em Londres (Imagem: Divulgação/Oeno)

O executivo lembrou que, por ser um investimento em libras, o fundo oferece proteção cambial e pode ser considerado um investimento de baixo risco, apesar da pouca liquidez.

“Você não vende um portfólio de 10-20 milhões de libras em uma semana. São seis meses a um ano para conseguir liquidar toda essa posição. Porém, você jamais vai ver sua posição em vinhos caindo 50-70%, como em criptomoedas”, disse Cotoski.

“Tem baixa volatilidade, mas um crescimento constante. E, nas últimas quatro, cinco décadas, desde os índices que fazem a medição das principais regiões de vinhos do mundo, têm subido de 10-15% ao ano”, completou.

Paixão para além do investimento

A ideia do Empiricus Oeno Vinhos Finos é elevar a experiência do investidor de passion assets a outro nível. O fundo conta com benefícios exclusivos ao cotista, incluindo eventos de degustação com apresentação de resultados e novidades no mercado global de vinhos finos.

O fundo é um produto para o investidor que quer fazer parte de uma comunidade de vinhos, defendeu Cotoski:

“O fundo, além de ser único na América Latina, tem exposição cambial em libra, que é um produto muito raro de achar. Você ainda faz parte de um clube de investimento, que é parte do benefício do fundo: são encontros trimestrais e semestrais para entregar performance e um modelo de degustação.”

O processo de investimento feito pelo Empiricus Oeno Vinhos Finos precisa atender diversas condições de produção, marca, histórico empresarial e região.

Vinho Vosne-Romanée Cros Parentoux de 1996 (Imagem: Divulgação/Oeno)

A Oeno Asset conta com três mestres de vinho em sua equipe, além de um time de sommeliers e analistas que decidem quais châteaux fazem investimentos há décadas, possuem um esquema de sucessão bem definida ou podem fechar negócios exclusivos com o grupo.

Os critérios de escolha também levam em consideração a qualidade do produto e a evolução das safras, além da diversificação por região, tipo de vinho (tinto, branco, espumante) e idade.

O fundo negocia com châteaux que não têm mais capacidade de expansão – ou seja, produções pequenas para atender a alta demanda de clientes ultra high net worth.

Todas as garrafas da carteira são armazenadas pela London City Bond, em Londres, em um depósito dedicado a vinhos finos com controle climático. Os rótulos são segurados contra sinistros envolvendo logísticas, quebras, acidentes e desastres.

A aplicação mínima do fundo é de R$ 50 mil, com taxa de administração de 2,05%, taxa de performance 20% sobre GBP + 5% e prazo de resgate D + 180 (com 24 meses de carência).

Para evitar a concentração de riscos climáticos e de reputação, o Empiricus Oeno Vinhos Finos conta com limites de alocação entre regiões, sendo os alvos: 35% França; 35% Itália; 15% restante da Europa; e 15% restante do mundo.

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Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.