Dólar

É hora de investir no exterior? Veja 3 opções de conta internacional para investidores

06 maio 2022, 17:37 - atualizado em 06 maio 2022, 17:37
Investimentos exterior
Contas internacionais são um meio mais simples para se ter acesso a investimentos no exterior (Imagem: Unsplash)

Em um cenário de juros altos, inflação beirando os dois dígitos e uma eleição presidencial se aproximando, o mercado nacional tende a fica ainda mais volátil. Assim, buscar alternativas para proteger o patrimônio é imprescindível. Será que esse é o momento para investir no exterior?

A exposição a mercados internacionais faz parte uma estratégia saudável de diversificação dos investimentos. E pensar em investir no exterior em 2022 pode ser uma alternativa interessante para quem deseja fugir da hesitação da bolsa brasileira. 

O grande problema é que, para muitos, esse parece ser um passo arriscado e burocrático. Nesse sentido, a tecnologia está ajudando os investidores a ter acesso a outros mercados por meio das contas internacionais. Entenda por que esse pode ser o melhor momento para investir no exterior e como fazê-lo.  

Por que esse é o momento para pensar em investir no exterior?

Em  entrevista ao Money Times, o sócio da Capital Urca Partners Caio Braz destaca que “investir em outros países não é apenas uma boa ideia para o momento, é algo essencial.”. Contudo, em 2022 outros fatores reforçam a importância de diversificar a carteira. 

Alta dos juros

A inflação no Brasil está crescendo em ritmo acelerado e beira a casa dos dois dígitos. Assim, uma das medidas do governo é aumentar a taxa básica de juros, na tentativa de frear o consumo interno. Contudo, se por um lado, os investimentos em renda fixa passam a pagar prêmios maiores, na outra ponta a economia fica prejudicada. 

Com a taxa Selic em alta, o ritmo de crescimento do país diminui, pois, afeta principalmente a geração de riqueza e empregos. Consequentemente, a Bolsa de Valores (B3) perde atratividade, visto que as empresas que fazem parte do mercado de capital não alcançam os resultados esperados. 

O diretor de investimentos da Kilima Asset, Eduardo Levy, contou ao Money Times que essa realidade pode durar por um bom tempo. De acordo com o especialista, a alta de juros pode ser uma constante até o terceiro trimestre de 2022, chegando próximo dos 11%. Assim, investir no exterior aparece com uma alternativa interessante. 

Por isso, é importante buscar outras alternativas em novos mercados. De acordo com o head de investimentos do C6 Bank, Igor Hongel, “ao diversificar a carteira com ativos do exterior, o investidor se defende em relação ao custo Brasil.”. 

Eleições

Não é apenas no campo político que as eleições vão afetar o país. Embora a corrida presidencial só comece no segundo semestre de 2022, já se sabe que essa disputa vai mexer com os mercados. 

Ao Money Times, o sócio da Monte Bravo Investimentos, Rodrigo Franchini, ponderou que um candidato de terceira via disputando o segundo turno pode aumentar a confiança do Brasil e, quem sabe, reduzir os juros. 

Entretanto, os partidos de terceira via, que têm uma visão voltada para uma economia mais liberal, ainda não chegaram a um consenso sobre quem será o nome a disputar as eleições, deixando o mercado apreensivo. Assim, diante das incertezas, o provável é que o Ibovespa seja penalizado. 

Dólar

Neste ano, o dólar chegou aos R$ 4,70 e muitos perderam uma excelente oportunidade. Entretanto, o retorno da moeda americana à casa dos R$ 5,00 não invalida essa opção. Para Caio Braz, da Capital Urca, “investir no exterior é algo que o investidor precisa ter no radar mesmo em momentos nos quais o dólar não está em queda.”. 

O executivo ainda destaca que é importante olhar para o mercado exterior, em especial os Estados Unidos. É preciso pensar não apenas na queda do dólar, mas também numa exposição a outras economias, bem como, na proteção do seu poder de compra. 

Braz destaca que, “no longo prazo, a economia dos EUA tende a se desenvolver mais do que a brasileira e a se recuperar mais rápido em momentos de crise”. 

Como investir no exterior?

Investir no exterior ainda é uma alternativa, mesmo com o dólar na casa dos R$ 5. (Imagem Unsplash)

Se até pouco tempo atrás investir na bolsa de valores brasileira era algo complicado, investir no exterior poderia ser ainda mais difícil. Assim, o processo para abrir conta em uma corretora fora do Brasil é um tanto quanto burocrático. É necessário providenciar uma série de documentos: 

  • CPF brasileiro;
  • Cópia do passaporte;
  • Comprovante de residência;
  • Declaração do imposto de renda;
  • Formulário W-8BEN;
  • Informações sobre o empregador do investidor.

Depois, é preciso submetê-los à corretora e esperar aprovação. Só então o investidor pode fazer aplicações em ações, fundos e títulos estrangeiros. A segunda opção seria contar com a assessoria do seu banco no Brasil. 

Mas, em geral, esse serviço só está disponível para clientes do segmento private banking, ou seja, uma pequena parcela dos investidores brasileiros. Além disso, um fator que desmotiva muitas pessoas é o custo dessa operação. 

Afinal, o investidor teria que fazer remessas para o exterior e pagar as taxas cobradas pela corretora para administrar os seus investimentos. Entretanto, a tecnologia tem apresentado alternativas mais práticas para quem deseja investir fora do Brasil. 

As contas internacionais de investimento, permitem fazer aplicações em ativos estrangeiros, sem sair do país ou ter que abrir conta em corretoras no exterior. Além disso, o investidor conta com spread e IOF reduzidos.

Quais são as contas internacionais disponíveis?

Para quem pensa em investir no exterior, mas, quer evitar as burocracias, as contas internacionais de investimento são uma opção. Hongel ressalta que “a primeira vantagem é que o cliente faz tudo no aplicativo, sem precisar assinar nenhum papel ou ir pessoalmente a uma agência […] faz a remessa e o investimento, tudo num único ambiente, sem dificuldade de navegação.”.

Assim, os brasileiros têm acesso a 3 contas internacionais de investimento. A Conta Global de Investimentos do C6 Bank, a Avenue e a Nomad. Entenda como funciona o processo para investir em cada uma delas. 

Nomad 

Essa é uma opção tanto para investir no exterior quanto para fazer uma reserva em dólares. A Nomad é uma conta digital, sem custos que oferece conta-corrente no exterior, cartão de débito, bem como, acesso a investimentos. O correspondente bancário da instituição aqui no Brasil é o Banco Ourinvest. 

Já a sede da Nomad fica na Califórnia, nos Estados Unidos. Outra característica importante da instituição é que ela é certificada pela SEC (Agência Federal Reguladora de Títulos e Câmbio nos Estados Unidos) para prestar serviços de consultoria em aplicações financeiras.

Dessa forma, quem investe no exterior por meio da Nomad conta com a proteção do FIDC (FGC americano) em até US$ 250 mil. Em parceria com a corretora Drive Wealth a instituição oferece investimento em ações, ETFs, fundos temáticos e renda fixa. 

Assim, para ter acesso a esses produtos o investidor deve abrir uma conta-corrente na Nomad e em seguida solicitar a abertura da conta de investimentos. O aporte inicial é de US$ 100 por carteira. 

A instituição não cobra taxa de manutenção e nem para realizar transferências da conta-corrente Nomad para a conta de investimentos. No entanto, há taxas de administração das carteiras, câmbio e IR confira: 

  • IR: de 15% a 22,5% (cobrado no resgate e transferencia dos valores para o Brasil);
  • IOF: 1,1%; 
  • Spread: 2%.
Produto Tarifa
Carteiras modelo 0,50% sobre o valor investido, ao ano
Carteiras temáticas 1,00% sobre o valor investido, ao ano
Carteira “Renda Fixa – Inflação EUA” 0,25% sobre o valor investido, ao ano
Compra e venda de ações e ETFs US$ 5,00 por mês

 Avenue

A Avenue funciona como uma corretora de investimentos que permite que os brasileiros tenham acesso a ações, fundos, criptomoedas, ETFs, REITs e ADRs no exterior. A instituição é registrada na SEC e é membro da SIPC (Corporação de Proteção ao Investidor) que fornece cobertura de até US$ 250 mil ao investidor. 

Diferentemente da Nomad, na Avenue o cliente não precisa abrir uma conta-corrente. Assim, é possível ter apenas a conta para investimentos. Além disso, não há taxa de manutenção e todos os meses o investidor pode realizar 10 operações com corretagem zero. Os demais serviços tem custo variável, confira aqui. 

Conta Global de Investimentos – C6 Bank 

O C6 Bank oferece uma conta para investir no exterior. Assim, os clientes podem investir em mutal funds e hedge funds internacionais. Além disso, em breve a instituição vai disponibilizar ações, ETFs, ADRs e bons — que são títulos privados.

Da mesma forma, a Conta Global de Investimentos também oferece assessoria especializada para montar a carteira. O head de investimentos da instituição, Igor Hongel, destaca que um dos pontos fortes da conta de investimentos é a “facilidade operacional e fiscal. Ou seja, o cliente pode comprar e vender ativos no exterior e, mesmo tendo lucro, só paga Imposto de Renda quando fizer a repatriação do recurso.”.

Para abrir a conta de investimentos internacionais é preciso ter a conta-corrente nacional do C6 Bank. Além disso, o investidor precisa realizar uma remessa inicial de US$ 10 mil. Confira as tarifas:

  • Manutenção de conta: entre 0,1% a.a. e 0,6% a.a.;
  • Custo por aplicação e resgate: US$ 28 por operação;
  • Anuidade: US$ 120/ano;
  • Spread cambial: 1%;
  • IOF: 0,38%;
  • IR: 15% a 22,5% (só é cobrado ao resgatar os investimentos e trazê-los para o Brasil). 

Disclaimer

O Money Times publica matérias de cunho jornalístico, que visam a democratização da informação. Nossas publicações devem ser compreendidas como boletins anunciadores e divulgadores, e não como uma recomendação de investimento.

Comunicóloga formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). É redatora do Money Times, Seu Dinheiro e Empiricus.
Comunicóloga formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). É redatora do Money Times, Seu Dinheiro e Empiricus.
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