Investiu em CDBs do Banco Master? Confira o passo a passo para receber pelo FGC
Se você é credor do Banco Master, especialmente se possuía CDBs da instituição, os próximos dias exigem calma. Este é o momento em que você, investidor, precisa compreender exatamente quais caminhos seguir: o ressarcimento via FGC ou uma ação judicial.
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De acordo com o sistema IFData, do Banco Central, o Master tinha R$ 62,2 bilhões em depósitos elegíveis à cobertura do FGC até março deste ano. Porém, nem todo esse valor será devolvido aos credores, já que o FGC limita a garantia a R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.
O relógio já está correndo.
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Por que seu CDB do Master pagava tanto? 140% do CDI não era coincidência
Quem aplicou em CDBs do Banco Master viu ofertas com rendimento muito acima da média do mercado. E não era propaganda exagerada: o Master chegou a oferecer 140% do CDI em algumas emissões.
Essa é uma estratégia clássica para captar liquidez: pagar mais para atrair recursos. As emissões vinham acompanhadas de um argumento forte: “Até R$ 250 mil, o FGC garante”.
O modelo funcionou e atraiu uma legião de investidores pessoa física. Mas trouxe um efeito colateral: quanto mais CDBs de curto prazo eram vendidos, maior a pressão sobre o caixa nos vencimentos.
E esse momento chegou.
O tempo corre contra o Banco Master
A situação financeira do Master se agravou por duas grandes obrigações vencendo ao mesmo tempo:
- R$ 1 bilhão em CDBs no fim de outubro
Esse era o valor que o banco deveria pagar aos investidores, em sua maioria pessoas físicas, até o fim de outubro. - R$ 4 bilhões com o FGC
Essa dívida já havia estourado antes, mas o prazo foi prorrogado até o início de novembro.
Segundo o Pipeline (Valor Econômico), o Master tentou vender ativos para levantar recursos e honrar essas obrigações e outras previstas até o fim do ano.
Com a falha, o cenário passou a depender do Banco Central e do FGC — onde estamos agora.
Não existe lista pública completa do que o Master ainda deve, mas os valores chegam a dezenas de bilhões. Agora, com a liquidação extrajudicial decretada pelo BC, o FGC entra em ação.
Se você tem CDB do Master, veja o que acontece agora
A seguir, entenda como funciona o processo, o que fazer e quando o pagamento ocorre.
O que acontece quando um banco é liquidado?
A liquidação extrajudicial significa que o Banco Central assume o controle da instituição e inicia o encerramento das atividades, nomeando um liquidante. Ao mesmo tempo, o FGC ativa a proteção aos depositantes.
O direito ao ressarcimento surge imediatamente após o decreto, mas o pagamento não é automático.
Etapas iniciais:
- O banco envia ao FGC a lista consolidada de credores por CPF ou CNPJ.
- O FGC valida os dados e prepara o sistema para pagamento.
Esse processo pode levar até 30 dias úteis e é a fase mais demorada.
Pago automaticamente ou preciso solicitar?
Não é automático. O cliente deve acessar o aplicativo do FGC, fazer cadastro e indicar a conta para receber.
A solicitação só será liberada após o FGC receber e processar a lista oficial enviada pelo Banco Master.
Quando começa o pagamento?
O cronograma tem três etapas:
- Envio da lista de credores (até 30 dias úteis)
O banco reúne e envia ao FGC os dados completos. - Liberação para solicitação (até 48h após validação)
O FGC libera no app o botão “Solicitar pagamento”. - Transferência dos valores
Após cadastro, validação biométrica, envio de documentos e assinatura digital, o FGC faz a transferência.
Como receber sendo Pessoa Física (PF)
Tudo é feito pelo aplicativo do FGC:
- Baixe o app (Android ou iOS)
- Cadastre-se com documentos e dados pessoais
- Informe a conta bancária
- Aguarde a liberação para solicitar pagamento
- Solicite a garantia e assine digitalmente
- Receba o depósito na conta cadastrada
Como receber sendo Pessoa Jurídica (PJ)
Para empresas:
- O representante acessa o Portal do Investidor
- Preenche dados e solicita a garantia
- O FGC envia instruções por e-mail
- A conta deve estar vinculada ao CNPJ
- Pagamento ocorre após validação documental
O que o FGC cobre?
O limite é de R$ 250 mil por CPF/CNPJ, por conglomerado. A cobertura inclui:
- contas correntes
- poupança
- CDBs
- letras financeiras
- depósitos a prazo e à vista
- RDBs
Valores acima de R$ 250 mil entram no processo de liquidação, que pode levar anos e não tem garantia.
Se o banco não pagar, o que resta? A Justiça.
Caso o Banco Master não honre vencimentos, o investidor entra em um “limbo jurídico” e precisa acionar o Judiciário para cobrar a dívida.