IOF: Os 4 pontos de atenção para o varejo, segundo a XP Investimentos

As mudanças no IOF anunciadas pelo governo federal na última semana têm impactos limitados nas empresas do varejo, na visão da XP Investimentos — pelo menos até o momento.
No entanto, as analistas Daniella Eiger e Laryssa Sumer, que assinam relatório da casa, acreditam que as medidas podem trazer desafios para o setor no médio prazo, com um aumento no custo de capital, pressão inflacionária e/ou dinâmicas de capital de giro mais fracas.
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As analistas projetam três implicações principais no médio prazo:
- Um custo de capital mais alto;
- Custos mais altos, já que os fornecedores podem repassar os custos de financiamento mais altos para os varejistas;
- Dinâmicas de capital de giro mais fracas com termos mais baixos com os fornecedores.
Os 4 pontos de atenção do IOF no varejo
As analistas pontuam quatro temas principais que são pontos de atenção no setor varejista.
O primeiro deles se refere às operações de risco sacado. A XP destaca que se trata de uma operação relativamente comum no setor, ainda que a maioria esteja associada ao financiamento de fornecedores em vez dos próprios varejistas.
“Nesse sentido, notamos que o aumento pode levar a custos mais altos, se os fornecedores repassarem os custos de financiamento mais altos para os preços e/ou piores dinâmicas de capital de giro, se os fornecedores decidirem renegociar os termos”, colocam as analistas.
O segundo ponto é o aumento das taxas de IOF sobre operações de crédito. O governo aumentou o IOF para 0,95% + 3% ao ano, de 0,38% + 1,5% ao ano, embora algumas linhas de crédito permaneçam isentas.
Em média, a XP estima que 60% da dívida dos varejistas seja isenta de tributação de IOF e devem buscar linhas de financiamento alternativas quando a renovação de crédito ocorrer.
Somado a isso, há a tributação de empréstimos estrangeiros de curto prazo. A XP pontua que ps varejistas têm exposição limitada à dívida externa de curto prazo, com a Azzas 2154 (AZZA3) tendo a maior exposição (36% da dívida total).
Por fim, as analistas destacam o aumento das taxas de IOF sobre antecipação de recebíveis:
“Segundo notícias, a tributação sobre tais operações é incerta, pois pode ser vista como uma operação comercial em vez de uma operação de crédito 3 os adquirentes não são instituições financeiras e, portanto, não oferecem crédito. Além disso, essas empresas geralmente financiam tais operações por meio de FIDCs, que são isentos de IOF”, dizem.