IPCA-15 abaixo do esperado reforça chance de inflação encerrar 2025 no intervalo da meta, avalia economista-chefe da Mirae Asset
A leitura da prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de outubro, que veio abaixo das expectativas, reforça a perspectiva de que a inflação pode encerrar 2025 dentro do intervalo da meta, avalia a economista-chefe da Mirae Asset, Marianna Costa. A meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Ela vê que o resultado do IPCA-15 não muda o entendimento da dinâmica da inflação, mas reforça um viés positivo para os próximos meses.
“Se tivermos a continuidade da dinâmica que observamos nesse IPCA-15 [de outubro], a chance termos um IPCA dentro da meta em 2025 é grande”, afirmou.
- LEIA TAMBÉM: Descubra agora como se aposentar sem depender do INSS; Simule sua aposentadoria com a ferramenta 100% gratuita do Money Times em parceria com o BTG Pactual
Segundo Costa, o dado de outubro mostrou uma composição mais benigna da inflação, especialmente pela redução do índice de difusão — que passou de 53% para 50%. “Um índice de difusão mais baixo demonstra um comportamento mais benigno, mais disseminado, entre os itens”, disse.
O IPCA-15 subiu 0,18% em outubro e foi a 4,94% em 12 meses, segundo o que foi divulgado nesta sexta-feira (24). A projeção do mercado era de que o índice avançaria 0,24% e 5%, respectivamente.
A economista destacou que a prévia da inflação teve surpresas pontuais em itens voláteis, como energia elétrica e passagens aéreas, mas o restante do índice veio em linha com as expectativas e com “viés positivo”.
Entre os grupos que mais contribuíram para a alta do índice, Costa citou transportes, puxado por gasolina, ônibus e metrô.
Além disso, a economista observou uma melhora na composição dos núcleos de inflação. “É uma dinâmica um pouquinho mais benigna. O principal que olhamos é o serviço subjacente, que saiu de 0,04% para 0,24%, mas continua em um patamar bem mais baixo do que observamos em meses anteriores”, disse.
IPCA-15 reforça corte de juros em janeiro
A economista afirma que o IPCA-25 de outubro aumenta a probabilidade de que um corte da Selic em janeiro de 2026.
“A curva de juros especifica que o ciclo de corte deve vir entre janeiro e março. O dado de hoje aumenta a probabilidade de que esse corte possa vir em janeiro”, disse.
A economista reforçou que a projeção oficial da Mirae Asset é de início do ciclo de cortes em janeiro, com redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic.
“Eu até acreditava que o corte poderia vir um pouco antes, mas o Banco Central tem se mostrado ainda muito duro. Talvez ele opte por deixar mais para frente”, disse.