IPCA-15 cai 0,14% em agosto e registra primeira deflação em mais de 2 anos

A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) recua 0,14% em agosto, segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (26). Trata-se da primeira deflação desde julho de 2023.
A variação e o impacto negativo mais intensos vieram do grupo habitação (-1,13% e -0,17 ponto percentual), devido à queda na energia elétrica residencial (-4,93%). Alimentação e bebidas (-0,53% e -0,12 ponto) e transportes (-0,47% e -0,10 ponto) também registraram quedas.
A prévia da inflação acumula alta de 3,26% no ano e de 4,95% em doze meses. No mês passado, esses números eram de 3,40% e 5,30%, respectivamente.
A projeção era de que o IPCA-15 recuaria 0,21% neste mês, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Broadcast. No acumulado de 12 meses, a previsão era de que o índice fecharia em 4,88%.
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Os grupos do IPCA-15
Além de habitação, alimentação e bebidas e transportes, o grupo de comunicação registrou queda (-0,17% e -0,01 ponto). Os demais grupos tiveram variações e impactos positivos ou nulo: despesas pessoais (1,09% e 0,11 ponto), educação (0,78% e 0,05 ponto), saúde e cuidados pessoais (0,64% e 0,09 ponto), vestuário (0,17% e 0,01 ponto) e artigos de residência (0,03%).
Habitação saiu de um aumento de 0,98% em julho para uma queda de 1,13% em agosto. O grupo foi influenciado pela energia elétrica, que recuou 4,93%, em decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, apesar de estar em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 Kwh consumidos.
Alimentação e bebidas (-0,53%) mostrou resultado negativo pelo terceiro mês consecutivo, intensificando a queda em relação aos meses de julho (-0,06%) e junho (-0,02%).
A alimentação no domicílio recuou 1,02% em agosto, com destaque para as quedas da manga (-20,99%), da batata-inglesa (-18,77%), da cebola (-13,83%), do tomate (-7,71%), do arroz (-3,12%) e das carnes (-0,94%). Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,71% em agosto, em virtude das altas no lanche (1,44%) e na refeição (0,40%).
Transportes caíram -0,47% em agosto. O resultado foi impulsionado pelas quedas nas passagens aéreas (-2,59%.), no automóvel novo (-1,32%) e na gasolina (-1,14%). No grupamento dos combustíveis (-1,18%), também recuaram o óleo diesel (-0,20%), o gás veicular (-0,25%) e o etanol (-1,98%).
Pelo lado das altas, o grupo despesas pessoais acelerou para 1,09%. Destaca-se o reajuste, vigente desde 09 de julho, nos jogos de azar (11,45%).
Em saúde e cuidados pessoais, o índice saiu de 0,21% para 0,64% entre julho e agosto. As maiores contribuições vieram dos itens de higiene pessoal (1,07% e 0,04 ponto) e do plano de saúde (0,51% e 0,02 ponto), que reflete a incorporação dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Já educação variou 0,78%, com a incorporação de reajustes nos cursos regulares (0,80%), principalmente por conta dos subitens ensino superior (1,24%) e ensino fundamental (0,68%). A alta dos cursos diversos (0,93%) foi influenciada pelos cursos de idiomas (1,85%).