Economia

‘IPCA-15 reforça necessidade de disciplina para 2026’: O que dizem os economistas sobre inflação e juros

23 dez 2025, 11:28 - atualizado em 23 dez 2025, 11:28
inflação ipca-15
‘IPCA-15 reforça a necessidade de disciplina monetária e fiscal para 2026’: O que dizem os economistas sobre a inflação e juros (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) avançou 0,25% em dezembro e fechou 2025 com alta acumulada de 4,41%, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (23).

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Embora o número tenha acelerado em relação ao mês anterior, quando subiu 0,20%, o resultado ficou dentro do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC), de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Segundo Matheus Pizzani, economista do PicPay, a variação observada em dezembro se deve majoritariamente ao impacto de fatores sazonais sobre componentes com maior peso no índice, com destaque para as altas de passagens aéreas (+12,71%) e transporte por aplicativo (+9%).

Além disso, embora diversos itens tenham registrado deflação no período, como tomate (-14,53%), leite longa vida (-5,37%) e arroz (-2,37%), o grupo de alimentação e bebidas deu continuidade ao processo de afastamento do campo deflacionário, ao registrar avanço de 0,13%.

“O dado fechado de dezembro deve captar em melhor proporção o quadro esperado para o período. Além da tendência de maior pressão sobre os preços dos alimentos por conta do aumento da demanda na segunda quinzena do mês, o início da reversão dos descontos oferecidos na Black Friday sobre bens industriais e a manutenção da pressão sobre serviços relacionados aos setores de turismo e lazer são destaques até aqui”, pontuou.

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Na visão de Pizzani, apesar da presença de fatores sazonais, a ausência de elementos que tragam uma perspectiva mais positiva para o desempenho do IPCA não altera o cenário prospectivo.

“Nossa projeção para a inflação em 2025 segue em 4,4%, ainda dentro do limite superior da meta, enquanto o início dos cortes nos juros está previsto para março.”

Alexandre Maluf, economista da XP Investimentos, avaliou que a decomposição do IPCA-15 veio levemente pior do que o esperado, reforçando a leitura de que o Copom deve começar o ciclo de flexibilização apenas ao final do primeiro trimestre do ano que vem (1T26).

“As métricas de serviços surpreenderam para cima, com reaceleração nos indicadores. Mantemos nossa estimativa de inflação em 4,3% para 2025. Para 2026, seguimos projetando 4,2%, com leve viés de baixa”, afirmou.

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O Itaú BBA, por sua vez, destacou “surpresas baixistas” em passagens aéreas e hospedagem, enquanto o item vestuário veio acima das expectativas do banco.

“O IPCA‑15 ficou abaixo da nossa projeção, com surpresa concentrada em passagem aérea. Apesar do headline menor, o componente qualitativo veio pior do que o esperado, com pressões altistas disseminadas tanto em serviços subjacentes (como estética e lanches), quanto em industriais (como roupas e aparelhos telefônicos)”, apontou a instituição, que reduziu a projeção para o IPCA fechado de 2025 para 4,3%, ante 4,4% anteriormente.

Mariana Rodrigues, economista da SulAmérica Investimentos, segue na mesma linha. “O resultado veio em linha com as expectativas, mas com qualitativo pior. Os serviços subjacentes vieram acima do esperado, o que reforça nosso cenário base de expectativa de reaceleração neste final de ano.”

O economista Pablo Spyer, conselheiro da Ancord, também avaliou que o dado de dezembro mostrou uma inflação ainda pressionado nos serviços, mas com sinais importantes de alívio em alimentação no domicílio e bens industriais.

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“O número reforça a leitura de que o processo de desinflação segue em andamento, embora de forma irregular e heterogênea. Em resumo, o IPCA-15 confirma um cenário de inflação sob controle, mas ainda longe de confortável, reforçando a necessidade de disciplina monetária e fiscal para 2026.”

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Jornalista formado e com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Passou pelas redações da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural, e foi líder de conteúdo no 'Economista Sincero'. Hoje, atua como repórter no Money Times.
Jornalista formado e com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Passou pelas redações da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural, e foi líder de conteúdo no 'Economista Sincero'. Hoje, atua como repórter no Money Times.

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