Comprar ou vender?

IRB (IRBR3) caminha para voltar aos trilhos, mas ação ainda não vale compra, avaliam analistas

04 set 2023, 20:15 - atualizado em 04 set 2023, 20:15
IRB
Segundo o Inter, o IRB está dando os passos em direção a “um futuro mais rentável” (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

Analistas que participaram do Investor Day do IRB (IRBR3) saíram do evento com melhores impressões em relação à resseguradora.

Em relatórios, BTG Pactual e Inter Research destacam as impressões positivas em relação à administração atual do IRB, que parece estar trilhando o caminho certo para uma recuperação.

Segundo o Inter, o IRB está dando os passos em direção a “um futuro mais rentável”. Já o BTG está impressionado com a presença de “executivos jovens, mas experientes” no evento.

“Esta energia coletiva significa uma dedicação revigorada para colocar o IRB de volta nos trilhos”, afirma o banco, em relatório da última semana.

Mudanças e metas sob a nova gestão

A administração sinalizou que o principal objetivo do IRB é garantir a rentabilidade da subscrição, segundo o BTG.

“[Os executivos] disseram que o estágio inicial envolve compreender por que os clientes optam por transferir o risco e compreender as áreas de especialização das seguradoras. Isto é fundamental na subscrição de riscos”, comenta.

De acordo com a instituição, foi unânime o feedback de que os processos atuais são mais robustos e seguem em evolução.

“Com a nova estrutura de gestão, a equipa de precificação tem um papel mais integral, oferecendo insights e participando ativamente no processo de subscrição – uma mudança operacional em relação ao passado”, diz o banco.

Ainda, o BTG destaca que o IRB tem forte foco no mercado local para manter sua liderança no setor e obter 80% da receita do Brasil [meta reforçada pela equipe]. Porém, os mercados latino-americanos e globais continuam importantes e, ao que tudo indica, as equipes especializadas estão alinhadas com diferentes setores verticais para garantir a coerência estratégica.

Na avaliação do Inter, o foco de atuação dos times de subscrição e precificação voltados para a rentabilidade deve trazer efeitos positivos na sinistralidade da companhia, “o que já temos observado nos últimos resultados”.

“Até mesmo no segmento rural – que passou por um ano estressado em 2022 por conta da maior seca registrada no país em 2021 – observamos que o IRB passou por aprendizados que trouxeram diversas mudanças nas estruturas do resseguro”, defende o time de análise da instituição.

IRBR3: analistas continuam com um pé atrás

Apesar de reconhecerem que o caminho positivo que o IRB está traçando, tanto o BTG quanto o Inter não estão seguros o bastante para recomendar a compra das ações da companhia.

O Inter cita os desafios no curto prazo. Segundo a casa, até o fim do ano, a resseguradora deve ver ainda retração nos prêmios.

“Há uma questão para 2024 a ser decidida sobre uma possível nova emissão, desta vez para suportar uma estratégia de crescimento nos prêmios”, acrescenta. A recomendação é “neutra”, com preço-alvo ao fim de 2023 de R$ 36.

No caso do BTG, os analistas seguem com recomendação de venda para o ativo, com preço-alvo de R$ 40, pois não esperam que a recuperação da empresa seja rápida.

“O IRB ainda está encolhendo, o que é ruim para os números de subscrição (principalmente diluição de custos), e porque prejudica sua capacidade de gerar, reinvestir prêmios e produzir resultados financeiros“, afirma.

O banco também acredita que, com o início do ciclo de queda dos juros no Brasil, a recuperação na linha de resultados financeiros não deve acontecer de forma acelerada.

Para completar, o valuation parece pouco atraente – 0,9 vez o valor patrimonial mais recente, mas 2,1 vezes o valor patrimonial ajustado excluindo ativos intangíveis do patrimônio, segundo a instituição.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
Linkedin
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.