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IRB (IRBR3) entre a cruz e a espada: O que esperar da oferta de ações de hoje?

01 set 2022, 7:32 - atualizado em 01 set 2022, 11:04
IRB
A oferta é uma das ferramentas encontradas pela administração para não ser enquadrada pela Superintendia de Seguros Privados (Susep) que exige capital mínimo (Imagem: Divulgação/ IRB)

Está marcada para depois do fechamento do mercado a precificação da oferta de ações do IRB (IRBR3). A empresa, que anunciou a oferta na semana passada, pode levantar até R$ 1,2 bilhão.

A operação é uma das ferramentas encontradas pela administração para não ser enquadrada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que exige capital mínimo.

No segundo trimestre, a companhia apresentou novo desenquadramento regulatório, com apenas 64% do patrimônio líquido ajustado necessário e insuficiência de cobertura de provisões técnicas no valor de R$ 730 milhões.

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Toda essa especulação provocou uma pressão vendedora ainda maior, fazendo com que a posição vendida ultrapassasse o limite máximo estabelecido pela B3, de 25% do free float e o preço do aluguel das ações disparasse, chegando a 60% atualmente.

A administração do IRB argumenta que essa insuficiência ainda é legado das políticas expansionistas implementadas por sua antiga gestão e da baixa previsibilidade da pandemia, na aceitação de resseguros vinculados à sua divisão de seguros de vida, bem como os últimos efeitos climáticos adversos que bloquearam os resultados de sua divisão rural no acumulado do ano.

Segundo a Eleven, em comentário enviado a clientes, a companhia está entre cruz e a espada, pois a oferta é uma notícia negativa, mas a não captação dos recursos é o pior cenário.

“Para os detentores do papel, sugerimos acompanhar a oferta a mercado, sem indicação de preço para não serem diluídos”, coloca.

A Eleven lembra que alguns aspectos chamaram a atenção, como o fato do Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), acionistas controladores, não terem deixados claros se irão subscrever a oferta no percentual de suas participações.

“Acreditamos que ambos acionistas relevantes devam subscrever suas respectivas participações”, diz.

Além disso, os analistas colocam que normalmente o lote adicional é de 20%, mas nesse caso, o fato relevante considera a emissão de até 200% da oferta base, o que sinaliza a expectativa de um grande desconto frente ao preço de tela.

Considerando a colocação do total de novas ações do lote adicional, o preço de R$ 0,67 por nova ação para atingir o valor total de R$ 1,2 bi, ou seja, um desconto de 67% para o preço de fechamento da data do anúncio da oferta.

“Acreditamos que esse desconto é excessivo, mas factível diante do cenário adverso”, afirma.

O grande risco para o IRB

Na visão da Eleven, o grande risco para o IRB nesse momento é a não realização da oferta por falta de interesse dos investidores, mesmo com o grande desconto esperado, pois o risco de execução é relevante, com a sinistralidade ainda em patamares elevados.

Mesmo que os analistas já esperassem resultado operacional positivo, com a sinistralidade abaixo de 70% para 2022, a fotografia do primeiro semestre é bem diferente, com o resultado operacional em R$ 757 milhões negativos “ofuscando o ganho financeiro de R$ 360 milhões no mesmo período”.

Apesar disso, outras casas preveem demanda mais robusta para a oferta do IRB. O Safra, por exemplo, projeta uma demanda aquecida diante da possibilidade de que alguns investidores utilizem a operação para cobrir posições vendidas.

O Safra destacou que a operação deve causar uma diluição significativa para os acionistas que não participam da oferta.

O BTG Pactual coloca que o processo de re-subscrição do IRB para voltar a ser lucrativo não é uma linha reta ou rápida.

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“Reconhecemos que esperávamos que o IRB estivesse em uma situação mais confortável e sinalizamos que nossa capacidade de prever resultados até agora se mostrou muito baixa”, afirma.

Para o JPMorgan, no entanto, a combinação de um potencial aumento de capital bem-sucedido e recuperação de lucros (da normalização de sinistros rurais e resultados financeiros sobre potencial novo patrimônio) pode ser um gatilho pós-oferta positivo, especialmente para a base de investidores de varejo.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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