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IRB: só compre a ação, se você quiser perder 6% neste ano, avisam analistas

19 fev 2021, 17:20 - atualizado em 19 fev 2021, 17:20
(Imagem: Reprodução/YouTube IRB Brasil)

Nas palavras de Eduardo Rosman e Thomas Peredo, do BTG Pactual (BPAC11), o IRB (IRBR3) foi “praticamente salvo” pela nova diretoria no ano passado, quando a descoberta de fraudes cometidas pela antiga gestão derrubou o valor das ações e levantou dúvidas quanto ao futuro da resseguradora.

O reenquadramento do IRB nos níveis de liquidez exigidos pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) também alivia a situação. Mas, para o BTG Pactual, essas medidas não bastam para quem deseja investir no papel.

“Por enquanto, reiteramos nossa visão cautelosa da ação”, afirmam os analistas, que sublinham a recomendação neutra para o IRB, com preço-alvo de R$ 6 para este ano. O valor é maior que a cotação corrente da ação.

Às 16h54, mesmo operando com uma queda de 4,06%, o IRB era cotado a R$ 6,38 no mercado à vista da B3 (B3SA3). Assim, para atingir o preço calculado pelo BTG Pactual, o papel ainda deve cair mais 6%.

Cenário opaco

Para a dupla do BTG, o maior problema ainda é a falta de visibilidade sobre o futuro do IRB. Dois pontos, em especial, incomodam os analistas. O primeiro é a incerteza sobre quando terminará a faxina nas contas da companhia, a fim de expurgar todos os contratos fraudados.

O segundo é a dificuldade em estimar qual será a rentabilidade da empresa, medida pelo ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido, na sigla em inglês), após a depuração. O BTG lembra que, neste momento, as ações são negociadas por um múltiplo Preço/Valor Contábil de cerca de 2 vezes. “Claramente, esse valuation não é atrativo”, afirma o banco.

O IRB reportou, na manhã de hoje (19), um prejuízo líquido de R$ 620,2 milhões no quarto trimestre. O resultado ficou muito acima das estimativas do mercado e, por isso, azedou o humor dos analistas e dos investidores.

Para se ter uma ideia, a média de estimativas apuradas pela Bloomberg apontava um prejuízo de apenas R$ 25 milhões. No acumulado de 2020, as perdas somaram R$ 1,5 bilhão.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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