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IRB(Re) (IRBR3): Ações caem após lucro saltar 142,8% e CEO responde quando dividendos virão; hora de comprar?

13 nov 2024, 14:15 - atualizado em 13 nov 2024, 18:33
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Ações do IRB recuam após salto do lucro no terceiro trimestre de 2024, em comparação anual (Imagem: Facebook/ IRB(Re))

As ações do IRB(Re) (IRBR3) performam na ponta negativa do Ibovespa (IBOV) no pregão desta quarta-feira (13), após a companhia reportar um lucro líquido de R$ 115,9 milhões no terceiro trimestre de 2024 (3T24), um salto de 142,8% ante mesmo período do ano passado.

No acumulado dos primeiros nove meses de 2024, a resseguradora registrou resultado positivo de R$ 260,2 milhões de reais, ante R$ 76,4 milhões de reais no mesmo período de 2023.

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Nesta quarta-feira (13), os papéis recuaram 6,85%, a R$ 40,50.



Em teleconferência sobre os resultados, o CEO, Marcos Falcão, afirmou que o processo de reestruturação da companhia deve ser concluído ainda neste ano.

“A evolução do lucro líquido mostra que o processo de ‘turnaround‘ da companhia está consolidado e consideramos que ele termina ainda em 2024″, afirmou o executivo.

O IRB enfrentou uma série de prejuízos desde 2020, após denúncias de irregularidades contáveis. Neste contexto, Falcão assumiu como CEO no final de 2022 para tocar um amplo processo de reestruturação.

Questionado sobre perspectivas para o pagamento de dividendos, o CEO afirmou que “o mais realista é pagar o dividendo em 2026, e não em 2025”.

“Mas eu acho que a gente pode acompanhar esse número na ponta do lápis”, afirmou.

É hora de comprar IRB?

O BTG Pactual reitera a recomendação de compra para o IRB após os números do terceiro trimestre, com preço-alvo de R$ 55.

Os analistas destacam que o lucro líquido veio 30% acima das expectativas do banco, 25% acima do consenso de mercado e ainda superior ao ritmo indicado pelos dados de agosto da Susep (Superintendência de Seguros Privados).

Apesar da recente recuperação da receita líquida, os analistas veem a administração priorizando a rentabilidade em detrimento ao crescimento, com a receita líquida crescendo abaixo da faixa alvo de 10-15%, garantindo renovações de contratos a bons preços, com uma sinistralidade combinada em torno de ~100% nos últimos 12 meses, apesar do impacto no Rio Grande do Sul.

“Em resumo, acreditamos que o IRB já atingiu um piso de lucro líquido anualizado de R$ 100 milhões por trimestre. À medida que continua melhorando seus resultados, esperamos que a empresa comece a pagar dividendos no próximo ano, uma vez que elimine os prejuízos acumulados no seu balanço patrimonial”, ponderam.

O viés positivo do BTG é sustentado pelo aumento da taxa Selic no Brasil e pela recuperação contínua da receita líquida, impulsionada pela crescente demanda por seguros/resseguros, impulsionada pelos efeitos climáticos

“Essa perspectiva positiva é ainda fortalecida por nossa confiança na equipe de gestão, liderada pelo CEO Marcos Falcão e pelo VP de Resseguros Daniel Castillo. Por outro lado, ainda há visibilidade limitada em relação ao ROE sustentável do IRB”, dizem.

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O Goldman Sachs destaca que os lucros foram impactados positivamente pela venda de terras, que adicionou
R$ 37 milhões ao lucro líquido no terceiro trimestre.

Os analistas comentam que os prêmios emitidos e ganhos desaceleraram em relação ao segundo trimestre de 2024, perdendo força no Brasil, enquanto os prêmios no exterior aumentaram no trimestre.

Ainda assim, os resultados operacionais se beneficiaram de menores custos de aquisição relacionados ao fim de um contrato específico de risco de vida.

“No geral, o IRB registrou uma expansão gradual na lucratividade, com o ROE atingindo 10,4% (6,1% no 2T24 e 4,6% no 3T23). Embora a surpresa em nossa previsão tenha se originado principalmente de menores custos de aquisição, continuamos a ver espaço para que os resultados operacionais melhorem no futuro com menores sinistros, enquanto os prêmios emitidos e ganhos podem acelerar em relação aos níveis atuais”, avaliam.

O Goldman mantém sua recomendação neutra para a resseguradora, com preço-alvo de R$ 50.

No caso da Genial Investimentos, os analistas comentam que, embora vejam sinais de recuperação nos resultados, não acreditam que são suficientemente consistentes para adotar uma visão mais otimista sobre a empresa.

Por enquanto, a casa reitera a recomendação de manter, ajustando o preço-alvo de R$ 34,30 para R$ 47,00.

“Acreditamos que a empresa está negociando a múltiplos adequados para uma companhia de capital intensivo, com rentabilidade (ROE de 10,8%) ainda abaixo do custo de capital (Ke de 16,75%). Atualmente, o IRB está sendo negociado a 9,6x P/L para 2024, 5,5x P/L para 2025 e 0,8x P/VP para 2024”.

*Com informações da Reuters

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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