Itaú BBA eleva Copasa (CSMG3) para compra: “Privatização está zarpando”

Os analistas do Itaú BBA, em relatório divulgado nesta quarta-feira (15), elevaram a recomendação da Copasa (CSMG3) para outperform (equivalente à compra). A principal explicação para a mudança fica para o fato de a privatização da companhia estar “zarpando” e ser “hora de embarcar”.
O time, liderado por Fillipe Andrade, também elevou o preço-alvo das ações da Companhia de Saneamento de Minas Gerais de R$ 24,1 para R$ 43,2 — contra R$ 35,45 pelas 14h de hoje.
“As ações subiram 73% no acumulado do ano, superando amplamente o Ibovespa (+18%) e o IEEX (+37%) no mesmo período. Esse desempenho é impulsionado principalmente pelas discussões sobre privatização na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que ganharam força nos últimos meses”, explicam.
Para eles, as chances de privatização da Copasa aumentaram “fortemente” nas últimas semanas, com o legislativo apoiando o caminho para a conclusão do processo.
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“Após interações recentes com altos funcionários do governo de Minas Gerais e membros-chave da Assembleia Legislativa, acreditamos que as chances de privatização são elevadas, com condições favoráveis para sua concretização legal no curto prazo”, falam os analistas.
“Houve mudanças na postura do governo de Minas Gerais em relação ao uso dos recursos obtidos com a operação. E notamos uma redução significativa na resistência ao processo na Assembleia”, diz o time.
Entre os fatores que podem levar à privatização, está a aprovação, em setembro, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 24/2023. Ela remove a exigência de referendo popular (visto como um entrave) e dispensa maioria constitucional para a venda de estatais. A venda, então, dependerá apenas da maioria simples dos votos dos deputados.
O BBA menciona também a entrada em vigor das novas diretrizes do Programa de Recuperação Fiscal dos Estados (PROPAG), em janeiro de 2025, que impulsionaram o PL. A nova lei concede condições mais vantajosas ao estado para federalizar algumas empresas e privatizar ativos não estratégicos.
Em 2024, o governo mineiro protocolou dois projetos de leis na assembleia que autorizam a privatização da Cemig e da Copasa.
Embora o debate sobre a Cemig não tenha avançado, os sinais de apoio à privatização da Copasa começaram a surgir no início de 2025 e levaram ao PL 4.380/25, que define o marco legal da privatização da Copasa.
“Com um argumento bem estruturado — baseado na necessidade de universalizar os serviços e na oportunidade de aliviar a situação fiscal do Estado —, o governo mineiro decidiu elaborar um pacote de leis para privatizar a Copasa e federalizar a Codemig”, explica o relatório, citando que os deputados deram sinal verde ao plano em junho.
A versão inicial previa destinar o dinheiro da venda para investimentos e redução de juros via PROPAG. Agora, o novo texto direciona 100% dos recursos para o pagamento antecipado da dívida do Estado.
Além disso, o novo texto prevê que a privatização poderá ser feita por venda total, parcial ou pelo aumento do capital com nova emissão de ações (processos que são vistos como facilitadores do negócio). Há também uma revisão dos contratos — com alterações de prazo, metas e indicadores, considerando o Novo Marco Legal do Saneamento — e a manutenção de alguns poderes na mão do governo.
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Por fim, no início de outubro, foi criada uma Comissão Especial, último passo antes da votação final no plenário da ALMG — uma etapa decisiva para o avanço da privatização.
“Estamos otimistas em relação às perspectivas de privatização da Copasa e esperamos que o projeto de lei seja aprovado após a apreciação da PEC 24/2023 pelos deputados estaduais, abrindo caminho para o lançamento formal do processo de privatização pelo governo de Minas Gerais”, diz o banco.