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Itaú BBA vê ação do Nubank caindo mais 20%; prefira o Inter, destaca

04 jan 2022, 18:04 - atualizado em 04 jan 2022, 18:04
Nubank
Não deu para roxinho: Itaú BBA iniciou a cobertura projetando queda das ações (Imagem: Gustavo Kahil)

O Nubank (NU), que estreou na Bolsa de Nova York enchendo os olhos de investidores, com disparada de 15%, perdeu o fôlego e não conseguiu sustentar a alta.

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O papel já acumula queda de 6% desde a sua estreia. E segundo o Itaú BBA, o roxinho tem mais espaço para cair.

A corretora iniciou a cobertura das ações com preço-alvo de US$ 8, o que implica queda de 20% ante o fechamento da última sessão, e recomendação underperform, ou abaixo da média do mercado.

Apesar de reconhecer todos os méritos da fintech, com seus mais de 48 milhões de clientes, o BBA destaca que a empresa terá dificuldades de monetizar sua base. 

“Clientes do Nubank têm distorção de exposição de crédito em direção à faixa de renda mais baixa no Brasil (56% ganham até três salários mínimos). Isto limita estruturalmente a monetização per capita, o que o preço das ações exige”, argumentam os analistas liderados por Pedro Leduc.

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Segundo a equipe, isso provavelmente desencadeará uma correção e reduzirá a percepção do lucro do banco no mercado e o potencial do cliente.

O BBA acrescenta ainda que no setor de bancos digitais, tem preferência pelo Inter (BIDI11), por ter uma avaliação mais atrativa e um melhor perfil de crédito.

Listada nos EUA, mas com riscos brasileiros

Apesar de estar listada nos EUA, é no Brasil que o Nubank atua.

Na visão do BBA, indicadores macros mais difíceis trarão impactos para os créditos não performados (NPL, na sigla em inglês).

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“Os ventos favoráveis ​​estão desaparecendo e os negativos estão aumentando, o que nós acreditamos que se deve a alta da inflação (principalmente de bens básicos), aumento dos custos do serviço da dívida e atividade econômica lenta. Os saques de contas de poupança são provavelmente um primeiro sinal de inflexão”, pontua.

A equipe de analistas recorda que o brasileiro está entrando em 2022 com créditos 30% acima dos níveis do ano passado.

No entanto, a geração de empregos e os salários não estão acompanhando essa elevação. O resultado? Alta inadimplência.

“Esperamos que os indicadores comecem a subir no primeiro ou segundo trimestre de 2022, e para o platô nos níveis de 2019. O caminho adiante se moverá de acordo com como a imagem macro de médio prazo evolui”, conclui.

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Além disso, a baixa renda, principal segmento de clientes do Nubank, deverá sofrer primeiro e mais com a deterioração econômica.

“Colocando esses ventos contrários junto com o dos ventos favoráveis ​​das transferências sociais e da acumulação de poupança, é provável que os cartões de crédito de renda / empréstimos pessoais apresentem um aumento substancial do NPL em 2022”, completa.

O BBA calcula ainda que até 2026, o Nubank terá receita de R$ 65 bilhões e lucro líquido de R$ 26 bilhões, com ROE (retorno sobre o patrimônio) de 30%.

Bancos internacionais

O pessimismo do BBA destoa do otimismo dos bancos internacionais, como Goldman Sachs e UBS BB.

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Ambos iniciaram a cobertura com recomendação de compra  o preço-alvo foi definido em US$ 15 e US$ 12,50, potencial alta de 59,9% e 33%, respectivamente.

Para o Goldman Sachs, o atual valor da fintech pode parecer caro, a US$ 43 bilhões, mas o banco justifica em parte do preço-alvo com o múltiplo preço sobre lucro de 13,5 vezes para 2025, enquanto pares internacionais são negociados a 19,1 vezes.

O banco norte-americano fala em possibilidade de crescimento de forma anticíclica, em meio a uma piora da economia brasileira, impulsionada pela tecnologia da companhia e baixa participação de mercado.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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