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Dividendos extraordinários do Itaú (ITUB4): Prepara-se para uma quantia ainda maior, diz CEO

05 nov 2024, 12:18 - atualizado em 05 nov 2024, 13:21
Milton Maluhy
"Com menos incertezas e uma base de capital robusta, seguimos a nossa política e expectativas" (Imagem: Divulgação)

O Itaú (ITUB4) deverá pagar dividendos extraordinários maiores do que o ano passado, afirmou o CEO, Milton Malury Filho em conferência com analistas realizada nesta terça-feira. No terceiro trimestre, o banco deu continuidade ao seu bom momento operacional e bateu o mercado com lucro de R$ 10,7 bilhões. Os papéis subiam mais de 2% e lideravam o Ibovespa nesta terça-feira (5).

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“A melhor informação é que o dividendo extraordinário deste ano, se mantido o mesmo índice de capital (0,9 no ano passado), já seria nominalmente maior do que o do ano anterior. A expectativa é que seja possível distribuir mais em índice de capital e, consequentemente, um valor nominalmente maior. Devemos fechar essa decisão logo no início do ano, com mais clareza nas projeções e no cenário”, disse.

No ano passado, o banco pagou R$ 11 bilhões em dividendos extraordinários.

Malury explicou que algumas incertezas, como e risco operacional e Basileia 3, não se concretizaram. Há também o incremento na parte de Basileia Ponderador e no risco de crédito, com um aumento marginal próximo a 25 pontos- base. O Fundamental Review do Trading Book (FRTB) e outras regulamentações, como a 4966 e os DTAs, também não geram impacto no índice de capital.

“Com menos incertezas e uma base de capital robusta, seguimos a nossa política e expectativas, prevendo um dividendo superior ao extraordinário do ano passado. O objetivo é manter um banco bem capitalizado, com um apetite mínimo de índice de capital de 11,5, definido pelo conselho”, colocou.

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Esse apetite mínimo, segundo o CEO, permite uma proteção para incertezas, volatilidade, decisões de negócio, capacidade de crescimento e alocação de capital. “Como conseguimos fazer uma alocação de capital adequada ao longo dos ciclos, estamos confortáveis com o nível de capital, mas entendemos que reter capital além do necessário não é do nosso interesse”.

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Apetite de crédito

Na conferência com jornalistas, Malury afirmou que não houve qualquer mudança no apetite ao crédito do banco, mesmo com a piora do cenário macroeconômico. No Brasil, é esperado um novo ciclo de alta de juros para tentar colocar a inflação dentro da meta.

O próprio Itaú diz que o cenário é “ainda desafiador”. Entre os pontos de cautela, eles citam a taxa de câmbio em nível mais depreciado, o mercado de trabalho apertado, e os núcleos e as expectativas de inflação acima da meta.

“Em todas as linhas de negócio, acompanhamos continuamente com uma abordagem tempestiva e capacidade de reagir rapidamente a mudanças de cenário, o que nos permitiu navegar tão bem ao longo dos últimos anos. Antecipar movimentos e tomar decisões com foco em resultados de longo prazo e sustentáveis é a base dessa estratégia”.

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carteira de crédito do banco somou R$ 1,2 trilhão, alta de 10%, no trimestre. Só a carteira de pessoas físicas aumentou 5,1% em 12 meses. Merecem destaques os crescimentos de:

  • 9,5% em veículos;
  • 8,5% em crédito pessoal e
  • 5,4% em crédito imobiliário.

Ponto de risco: Eleições americanas

Sobre eleições americanas, Maluhy recorda que o cenário ainda está muito incerto, com pesquisas apontando empate entre o Republicano e a Democrata.

De acordo com o levantamento realizado pelo The New York Times, Harris possui 49% das intenções de votos, contra 48% de Trump. Já na pesquisa realizada pela NBC News, ambos os candidatos possuem 49% das intenções de voto, com 2% do eleitorado “indeciso”.

Seja como for, Maluhy diz que as propostas de Trump, consideradas mais protecionistas, podem gerar desvalorização do real e pressionar a inflação.

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“Um dólar mais forte significa moedas mais desvalorizadas em relação ao dólar, o que pressiona a inflação e, naturalmente, influencia o ciclo de juros, pois a inflação é um fator que impacta especialmente as classes menos favorecidas. Estamos atentos para ver como os mercados vão reagir, uma vez que o cenário ainda é indefinido”.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.