Economia

Eleições americanas: O alerta do CEO do Itaú (ITUB4) caso Trump vença

05 nov 2024, 10:53 - atualizado em 05 nov 2024, 12:28
Milton Maluhy
(Imagem: Divulgação)

A corrida presidencial norte-americana entre Donald Trump e Kamala Harris deverá gerar impactos para países emergentes, incluindo aí o Brasil, afirmou o CEO do Itaú (ITUB4), Milton Maluhy, em teleconferência de resultados com jornalistas.

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O executivo recorda que o cenário ainda está muito incerto, com pesquisas apontando empate entre o Republicano e a Democrata.

De acordo com o levantamento realizado pelo The New York Times, Harris possui 49% das intenções de votos, contra 48% de Trump. Já na pesquisa realizada pela NBC News, ambos os candidatos possuem 49% das intenções de voto, com 2% do eleitorado “indeciso”.

Seja como for, Maluhy diz que as propostas de Trump, consideradas mais protecionistas, podem gerar desvalorização do real e pressionar a inflação.

“Um dólar mais forte significa moedas mais desvalorizadas em relação ao dólar, o que pressiona a inflação e, naturalmente, influencia o ciclo de juros, pois a inflação é um fator que impacta especialmente as classes menos favorecidas. Estamos atentos para ver como os mercados vão reagir, uma vez que o cenário ainda é indefinido”.

Apesar do cenário incerto, Maluhy coloca que o Itaú está preparado para se adaptar a qualquer cenário. No terceiro trimestre de 2024, o banco lucrou R$ 10,7 bilhões, alta de 18% em relação ao mesmo período do ano passado, superando, mais uma vez, as projeções de analistas.

“É um modelo vivo e dinâmico, atualizado todos os dias, sempre com um olhar para o futuro, considerando a oferta, demanda, cenário de juros, inflação, desemprego e comprometimento de renda. Diversas variáveis são levadas em conta”, afirma.

Real será uma das moedas mais afetadas

E a visão de que o real será afetado pelas medidas de Donald Trump não é só do CEO do Itaú.

De acordo com um relatório recentemente divulgado pelo JP Morgan aos seus clientes, caso a vitória seja dos republicanos, isso representaria um risco para as moedas latinas.

Na avaliação do banco, essa fraqueza viria justamente impactada pelas promessas feitas por Trump. Em sua campanha, o candidato à presidência reforça constantemente a sua intenção em aumentar as tarifas comerciais.

Com isso, a moeda mexicana seria a mais afetada, já que possui uma relação mais próxima com o país.

As moedas do Brasil, do Chile e do Peru também podem sofrer um impacto indireto quanto às políticas mais radicais de Trump em relação ao comércio e migração.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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