Itaú (ITUB4) empolga com resultados e sobe forte; ação ainda vale a pena?

O Itaú (ITUB4) não decepcionou e mais uma vez mostrou porque é considerado um dos melhores bancos para ter na carteira. Na noite da última quinta, o banco divulgou lucro de R$ 11 bilhões, em linha com a expectativa.
Porém, a carteira de crédito e margem com cliente cresceram mais do que a própria projeção do banco, embora o CEO, Milton Maluhy, tenha mantido a cautela com o cenário macro para os próximos trimestres.
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Com isso, as ações subiram forte na bolsa. ITUB4 encerrou a sessão com alta de 5,41%, renovando a sua máxima histórica. No ano, a alta soma 39,70%.
Veja abaixo os principais pontos:
Margem financeira
Entre os principais destaques, está a forte expansão da margem com clientes, que subiu 14%, para R$ 29,4 bilhões, por conta de um melhor mix de produtos e spread maior, mesmo em um cenário de menos dias corridos.
Durante da teleconferência com jornalistas, Gabriel Amado de Moura, CFO, disse que o trimestre tira R$ 500 milhões de receita sem dias uteis.
O Safra ressalta que o spread (margem financeira líquida ou NIM) finalmente mostrou um aumento de 40 pontos-base após quatro trimestres consecutivos de contração de 10 pontos-base, impulsionado por um resultado sólido em capital de giro.
Já o JPMorgan elege a margem financeira total como o principal destaque positivo, que cresceu 13% na comparação anual e 3% no trimestre.
“Isso tudo apesar da sazonalidade negativa típica. Isso parece ter sido impulsionado principalmente pela margem com clientes do varejo”, afirma.
A margem financeira líquida também ficou 2,9% melhor do que o esperado pelo Bradesco BBI, com uma forte expansão da margem com clientes, de 0,40 ponto percentual no trimestre, enquanto a margem com o mercado também surpreendeu positivamente.
Inadimplência controlada
Outro ponto do balanço, o Itaú conseguiu crescer e manter a inadimplência sob controle, com o índice acima de 90 dias caindo 0,1 ponto percentual no trimestre, a 2,3%, e 0,4 ponto percentual no ano.
“As despesas com provisões ficaram ligeiramente acima do esperado, com os empréstimos inadimplentes (sob a antiga regra para fins de comparabilidade) apresentando tendências muito positivas, enquanto as despesas operacionais ficaram dentro das expectativas”, diz o Bradesco BBI.
As provisões aumentaram 3%, puxadas principalmente pelo varejo, que registrou uma formação maior no estágio 2, mas com impacto sazonal, segundo o Goldman Sachs.
Isso, de acordo com o banco, foi parcialmente compensado por provisões menores no atacado.
Despesas administrativas
O banco também conseguiu segurar as despesas, segundo analistas.
As despesas operacionais caíram 6%no trimestre, mas com alta de 10% no ano. Por um lado, houve queda nas despesas com pessoal e transacionais. Mas os investimentos em tecnologia, um dos principais focos do Itaú, subiram 24%.
Para o BTG, o número ficou 2,5% abaixo da projeção, o que reflete trimestre sazonalmente mais fraco.
“A queda veio principalmente de menores gastos com pessoal, bônus variáveis, marketing, assessorias e consultorias, além da redução de despesas com agências físicas. A razão de eficiência permaneceu saudável em 38,1% no consolidado (e 36% no Brasil)”, destaca o banco.
O que fazer com Itaú?
Após acumular alta de mais de 30%, o papel ficou caro? Para analistas, a ação ainda guarda ainda potencial.
O BTG diz que apesar das expectativas já elevadas, o Itaú superou as projeções.
“A razão custo/receita no Brasil alcançou 36%, o melhor nível já registrado, o que — combinado a todos os fatores — nos leva a concluir que o banco está em seu melhor momento… realmente o melhor do setor”.
Embora a ação já tenha subido e esteja negociando perto de 2 vezes o valor patrimonial, o BTG diz que o trimestre adiciona riscos positivos ao consenso de 2025.
“A sólida capacidade de geração de resultados, a qualidade dos ativos e o balanço continuam fazendo do Itaú uma opção atrativa em relação aos pares, mesmo com sua valorização “premium””.
Para o BB Investimentos, o resultado do primeiro trimestre representa nada mais do que a continuidade do bom momento do banco, com expansão de lucro, manutenção de alta rentabilidade e melhoria de eficiência, “uma trinca cuja barra o Itaú eleva trimestre a trimestre, com praticamente nenhum deslize”.
“O Itaú segue se consolidando como o banco com maior rentabilidade entre os grandes bancos do país, mesmo em um ambiente incrementalmente desafiador para o crédito diante do contexto de contração monetária”, afirma.
Na visão dos analistas, mesmo com todos os percalços na mesa, incluindo adaptações regulatórias como a resolução 4.966, o banco demonstra resiliência e capacidade de adaptação, além de eficiência operacional elevada e sólida qualidade dos ativos.
Veja as recomendações abaixo
Corretora | Recomendação | Preço-alvo (12 meses) | Preço da ação na data | Potencial de Alta |
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Safra | Outperform | R$ 41,00 | R$ 35,32 | +16% |
BTG Pactual | Compra | R$ 38,00 | R$ 35,32 | +7,6% |
JP Morgan | Overweight | R$ 37,00 | R$ 35,32 | +4,8% |
Goldman Sachs | Compra | R$ 36,00 | R$ 35,32 | +1,9% |