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Itaú (ITUB4) empolga com resultados e sobe forte; ação ainda vale a pena?

09 maio 2025, 12:47 - atualizado em 09 maio 2025, 17:54
Itaú
Outro ponto do balanço, o Itaú conseguiu crescer e manter a inadimplência sob controle (Imagem: iStock/Felipe Cruz)

O Itaú (ITUB4) não decepcionou e mais uma vez mostrou porque é considerado um dos melhores bancos para ter na carteira. Na noite da última quinta, o banco divulgou lucro de R$ 11 bilhões, em linha com a expectativa.

Porém, a carteira de crédito e margem com cliente cresceram mais do que a própria projeção do banco, embora o CEO, Milton Maluhy, tenha mantido a cautela com o cenário macro para os próximos trimestres.

Com isso, as ações subiram forte na bolsa. ITUB4 encerrou a sessão com alta de 5,41%, renovando a sua máxima histórica. No ano, a alta soma 39,70%.

Veja abaixo os principais pontos:

Margem financeira

Entre os principais destaques, está a forte expansão da margem com clientes, que subiu 14%, para R$ 29,4 bilhões, por conta de um melhor mix de produtos e spread maior, mesmo em um cenário de menos dias corridos.

Durante da teleconferência com jornalistas, Gabriel Amado de Moura, CFO, disse que o trimestre tira R$ 500 milhões de receita sem dias uteis.

O Safra ressalta que o spread (margem financeira líquida ou NIM) finalmente mostrou um aumento de 40 pontos-base após quatro trimestres consecutivos de contração de 10 pontos-base, impulsionado por um resultado sólido em capital de giro.

Já o JPMorgan elege a margem financeira total como o principal destaque positivo, que cresceu 13% na comparação anual e 3% no trimestre.

“Isso tudo apesar da sazonalidade negativa típica. Isso parece ter sido impulsionado principalmente pela margem com clientes do varejo”, afirma.

A margem financeira líquida também ficou 2,9% melhor do que o esperado pelo Bradesco BBI, com uma forte expansão da margem com clientes, de 0,40 ponto percentual no trimestre, enquanto a margem com o mercado também surpreendeu positivamente.

Inadimplência controlada

Outro ponto do balanço, o Itaú conseguiu crescer e manter a inadimplência sob controle, com o índice acima de 90 dias caindo 0,1  ponto percentual no trimestre, a 2,3%, e 0,4 ponto percentual no ano.

“As despesas com provisões ficaram ligeiramente acima do esperado, com os empréstimos inadimplentes (sob a antiga regra para fins de comparabilidade) apresentando tendências muito positivas, enquanto as despesas operacionais ficaram dentro das expectativas”, diz o Bradesco BBI.

As provisões aumentaram 3%, puxadas principalmente pelo varejo, que registrou uma formação maior no estágio 2, mas com impacto sazonal, segundo o Goldman Sachs.

Isso, de acordo com o banco, foi parcialmente compensado por provisões menores no atacado.

Despesas administrativas

O banco também conseguiu segurar as despesas, segundo analistas.

As despesas operacionais caíram 6%no trimestre, mas com alta de 10% no ano. Por um lado, houve queda nas despesas com pessoal e transacionais. Mas os investimentos em tecnologia, um dos principais focos do Itaú, subiram 24%.

Para o BTG, o número ficou 2,5% abaixo da projeção, o que reflete trimestre sazonalmente mais fraco.

“A queda veio principalmente de menores gastos com pessoal, bônus variáveis, marketing, assessorias e consultorias, além da redução de despesas com agências físicas. A razão de eficiência permaneceu saudável em 38,1% no consolidado (e 36% no Brasil)”, destaca o banco.

O que fazer com Itaú?

Após acumular alta de mais de 30%, o papel ficou caro? Para analistas, a ação ainda guarda ainda potencial.

O BTG diz que apesar das expectativas já elevadas, o Itaú superou as projeções.

“A razão custo/receita no Brasil alcançou 36%, o melhor nível já registrado, o que — combinado a todos os fatores — nos leva a concluir que o banco está em seu melhor momento… realmente o melhor do setor”.

Embora a ação já tenha subido e esteja negociando perto de 2 vezes o valor patrimonial, o BTG diz que o trimestre adiciona riscos positivos ao consenso de 2025.

“A sólida capacidade de geração de resultados, a qualidade dos ativos e o balanço continuam fazendo do Itaú uma opção atrativa em relação aos pares, mesmo com sua valorização “premium””.

Para o BB Investimentos, o resultado do primeiro trimestre representa nada mais do que a continuidade do bom momento do banco, com expansão de lucro, manutenção de alta rentabilidade e melhoria de eficiência, “uma trinca cuja barra o Itaú eleva trimestre a trimestre, com praticamente nenhum deslize”.

“O Itaú segue se consolidando como o banco com maior rentabilidade entre os grandes bancos do país, mesmo em um ambiente incrementalmente desafiador para o crédito diante do contexto de contração monetária”, afirma.

Na visão dos analistas, mesmo com todos os percalços na mesa, incluindo adaptações regulatórias como a resolução 4.966, o banco demonstra resiliência e capacidade de adaptação, além de eficiência operacional elevada e sólida qualidade dos ativos.

Veja as recomendações abaixo

Corretora Recomendação Preço-alvo (12 meses) Preço da ação na data Potencial de Alta
Safra Outperform R$ 41,00 R$ 35,32 +16%
BTG Pactual Compra R$ 38,00 R$ 35,32 +7,6%
JP Morgan Overweight R$ 37,00 R$ 35,32 +4,8%
Goldman Sachs Compra R$ 36,00 R$ 35,32 +1,9%

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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