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Itaú Unibanco: sem o Bradesco e o Santander, lucro teria agradado mercado

04 ago 2020, 13:35 - atualizado em 04 ago 2020, 13:45
Itaú Unibanco
Sem sossego: desempenho do Itaú fica atrás dos outros bancos, e mercado não perdoa (Imagem: LinkedIn/ Itaú Unibanco)

Ao divulgar os números do segundo trimestre, na noite de ontem (3), o Itaú Unibanco (ITUB4) não surpreendeu ninguém. O lucro líquido recorrente, de R$ 4,2 bilhões, veio praticamente em linha com as estimativas dos analistas.

Mesmo sendo 40% menor que o do mesmo período de 2019, foi 8% superior ao do primeiro trimestre. Por que, então, as ações do banco estão apanhando na sessão desta terça-feira (4)?

A resposta mais simples é que o Itaú Unibanco divulgou seu balanço após o Bradesco (BBDC4) e o Santander (SANB11) e, portanto, os analistas e os investidores puderam comparar seu desempenho ao dos rivais. O problema é que o Itaú não saiu bem na fotografia.

Ao analisar os resultados do Itaú, Marcel Campos, da XP Investimentos, foi direto ao ponto: “se comparado ao Santander e Bradesco, acreditamos que o mercado possa ter uma reação negativa.”

Dito e feito. Às 12h43, as ações preferenciais do banco recuavam 4,73% e eram negociadas por R$ 25,99. É verdade que esta terça está feia para os investidores.

Comparações

O Ibovespa, principal índice da B3 (B3SA3), caía 2,13% no mesmo instante, para os 100.634 pontos. É verdade, também, que as preferenciais do Bradesco e as units do Santander acompanhavam a queda, mas num ritmo menos acentuado, com 1,73% e 1,65%, respectivamente.

Alguns fatores catalisam a queda do Itaú hoje, segundo os analistas. Marcelo Telles, Otavio Tanganelli e Alonso Garcia, do Credit Suisse, apontam o lucro líquido de juros (NII, na sigla em inglês) menor que o esperado.

O trio atribui o mau desempenho, nesta conta, à piora do mix de empréstimos. O NII gerado por clientes recuou 3,4% sobre o primeiro trimestre e 2,4%, em relação há um ano.

Agência do Bradesco BBDC4
Mais forte: Bradesco apresentou recuperação mais intensa de margens (Imagem: Instagram/ Bradesco)

Henrique Navarro, do Santander, acrescenta que a queda na margem das operações com clientes foi compensada, parcialmente, pela melhora das margens de empréstimos ao mercado. Mas, esta recuperação não foi “tão forte quanto a do Bradesco”.

Ainda há otimismo

Victor Schabbel e Maria Clara Negrão, da Ágora, citam a queda de 12% na receita gerada por tarifas bancárias, em relação ao primeiro trimestre. O desempenho também ficou 11% abaixo de suas estimativas.

Apesar de tudo, a maioria dos relatórios já divulgados reiteram recomendações positivas para o Itaú Unibanco. A Ágora e o Santander reforçaram sua recomendação de compra para as ações preferenciais (ITUB4), com preços-alvo, respectivamente, de R$ 39 e R$ 34.

O Credit Suisse manteve a recomendação outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 33 para os próximos 12 meses. A XP Investimentos é a mais cética, com recomendação neutra para os papéis e preço-alvo de R$ 29.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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