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Ivan Sant’Anna: impeachment à americana

17 dez 2019, 11:00 - atualizado em 17 dez 2019, 11:00
Colunista fala sobre o pedido de impeachment do presidente norte-americano Donald Trump (Imagem: Unsplash/@jdsimcoe)

Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Amanhã, quarta-feira, 18 de dezembro, a Casa dos Representantes (House of Representatives) do Congresso americano deverá apreciar o pedido de impeachment do presidente Donald Trump.

Como a maioria do plenário é composta de democratas, e a moção exige apenas maioria simples, tudo indica que deverá ser aprovada, a não ser que alguns integrantes do partido majoritário considerem que isso lhes será prejudicial nas eleições presidenciais de 3 de novembro de 2020.

No Brasil, tal como vimos nos casos de Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff, tão logo a abertura do processo de impeachment é aprovado na Câmara, por dois terços dos votos dos deputados, o presidente da República é afastado. O vice toma posse provisoriamente.

O Senado faz o julgamento definitivo. Novamente alcançados os dois terços, o presidente é “impichado” de vez. Collor renunciou ao cargo minutos antes da votação final (o que não a impediu).

Dilma foi beneficiada por um conchavo, do qual participou o ministro do Supremo, e presidente da sessão, Ricardo Lewandowski, arreglo esse que lhe tirou o cargo mas não os benefícios vitalícios de ex-presidente, dos quais madame Rousseff se beneficia até hoje.

Nos Estados Unidos, se a Câmara (como tudo indica) aprovar o impeachment de Donald Trump, este continua na Presidência até o julgamento no Senado, onde serão necessários os mesmos dois terços do Brasil para cassar seu mandato.

Sem chance. Os republicanos têm maioria no Senado. Portanto a possibilidade do impeachment alcançar dois terços dos votos é zero.

Na história americana, tivemos três casos de situações de impeachment presidencial: Andrew Johnson (vice-presidente de Abraham Lincoln), que assumiu após o assassinato do titular; Richard Nixon renunciou antes mesmo da House of Representatives votar seu caso.

Bill Clinton sofreu impeachment na House, mas foi absolvido no Senado, num julgamento extremamente constrangedor, envolvendo travessuras com charutos, manchas de esperma em vestido e discussão sobre se sexo oral é adultério ou não.

Em 24 de fevereiro de 1868, Andrew Johnson, alcoólatra inveterado, escapou de ser “impichado” por um voto no Senado.

Para renunciar, Nixon negociou com o presidente da Câmara dos Representantes (Gerald Ford), que o substituiria (o vice, Spiro Agnew, corrupto e sonegador confesso, renunciara antes), um indulto para seu crime (obstrução da Justiça no caso Watergate).

Como Donald Trump não vai ser afastado da Casa Branca, em minha opinião será o favorito nas eleições do ano que vem. A economia americana continua sólida e o acordo com a China foi uma vitória do presidente.

Se seu adversário democrata for Kamala Hyder, Elizabeth Warren (a “Pocahontas”) ou Bernie Sanders, acho que a reeleição será fácil.

O povo americano ainda não está preparado para ter um governo de esquerda, coisa natural na Europa: vide os casos de François Mitterrand (França), Felipe González (Espanha), Willy Brandt (Alemanha Ocidental) e Mário Soares (Portugal).

Nos Estados Unidos, caso os democratas venham de Joe Biden ou Michael Bloomberg, a disputa poderá ser um pouco mais equilibrada. Mas não deverá afetar a Bolsa de Valores, que continuará atrelada ao comportamento das taxas de juros e da economia.

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Um abraço,

Ivan Sant’Anna.

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