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Ivan Sant’Anna: Por que a Bolsa não sobe?

05 set 2019, 16:12 - atualizado em 05 set 2019, 16:12

Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Eu poderia também intitular esta crônica de “Por que a Bolsa não cai?”, o que daria na mesma. Isso porque há meses o Ibovespa não se afasta dos 100 mil. Ora sobe um pouco além desse nível, ora cai ligeiramente abaixo.

A impressão que tenho é que os dólares que saem do mercado se equivalem mais ou menos aos reais que entram. Daí o impasse.

Segundo o José Castro (Zezinho), meu colega especialista na Inversa, só agora em agosto R$ 10,8 bilhões de recursos de investidores estrangeiros saíram em busca de um porto seguro, procedimento que o mercado classifica como “fly to quality” (fuga para a qualidade).

A impressão geral é que os analistas estão preocupados com o baixíssimo crescimento das economias dos países ricos, sendo que alguns já estão entrando em recessão.

Esse tipo de cenário sempre sobra para os mais fracos. E não estou falando da Argentina, que está moribunda, nem da Venezuela, que já morreu. Refiro-me a Brasil, Chile, México, Colômbia, África do Sul…

Aqui no Brasil, levando-se em conta a situação na qual iniciamos o ano, as perspectivas de uma virada na economia não poderiam ser melhores. Será lenta mas consistente, persistindo o clima atual.

Quero destacar dois aspectos:

− A reforma da Previdência está em seus últimos passos. Salvo um imprevisto de última hora, até o final de outubro deverá ser promulgada com uma economia para o Tesouro entre R$ 850 bilhões e R$ 900 bilhões nos próximos dez anos.

− Anteontem, o plenário do Senado aprovou por unanimidade (repito: por unanimidade) a PEC que permite a distribuição entre a Petrobras, a União, os estados e municípios dos recursos oriundos da licitação de áreas do pré-sal da Bacia de Santos, marcado para novembro.

Calcula-se uma arrecadação total de R$ 106,5 bilhões.

Só o Rio de Janeiro, em cujo litoral estão as jazidas, e que é também o estado com as finanças mais encalacradas, receberá R$ 2,5 bilhões, contrastando com os R$ 326 milhões previstos anteriormente.

Junte-se a isso diversos cortes que estão sendo feitos no orçamento de 2020 e dá para se concluir que a área econômica do governo está fazendo o dever de casa.

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