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JBS (JBSS3), Copasa (CSMG3) e outras ações que podem potencializar seus ganhos, segundo a Genial

09 mar 2022, 11:46 - atualizado em 09 mar 2022, 11:46
JBS
Saiba o que pode potencializar os ganhos com a JBS (Flickr)

Algumas ações conseguem ter ainda mais potencial de retorno caso alguns eventos aconteçam, como privatizações, listagens em Bolsas internacionais, fusões, aquisições, recuperação judicial, entre outros.

Os chamados “fundos impulsionados por eventos” têm como estratégia investir em ações que “estejam expostas a eventos catalisadores com grande potencial de destravamento de valor”, segundo a Genial Investimentos.

Pensando nisso, a corretora divulgou na terça-feira (8) uma lista de ações que podem conseguir multiplicar seu capital caso algumas situações aconteçam.

É o caso da Copasa (CMSG3) e da JBS (JBSS3), que, sujeitas à privatização e à internacionalização, respectivamente, podem ter seus lucros multiplicados.

Confira a lista de ações que podem potencializar seus ganhos:

Copasa (CSMG3)

Copasa
Copasa pode ter valorização de até 200% em cenário otimista com privatização (Imagem: Copasa/ Youtube)

Para a Genial Investimentos, a CSMG3 é a ação “que eles mais acreditam em uma possível privatização dentre as empresas que cobrem”.

Segundo os analistas, “os próximos dois anos (eleições e primeiro ano dos mandatos de governador) devem se mostrar muito interessante do ponto de vista de oferta de ativos de saneamento para leilões”, com um potencial de valorização de mais de 100% se a privatização realmente acontecer.

A Genial ainda cita que “em caso de reeleição do atual governador do estado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o cenário para privatização da Copasa seria perfeito”.

Outros fatores, como o Marco Legal do Saneamento Básico, aprovado em julho de 2020, como aponta a Genial, fez com que o interesse do capital privado ressurgisse no segmento.

“À medida que boa parte das estatais de saneamento encontram-se com frágeis condições financeiras, alguns governadores optaram por realizar da concessão de exploração dos serviços de água e esgoto. Observando a alta competição e os expressivos prêmios pagos pelos vencedores dos recentes leilões de privatização do saneamento, não é nenhum absurdo achar que dentro de um processo competitivo, o interessado pudesse pagar até 2,0x VF/Base de Remuneração Regulatória – um prêmio de mais de 200% em relação aos valores atuais, em um cenário mais otimista”, dizem os analistas.

Atualmente, a ação da empresa custa cerca de R$ 13,44, e a Genial cita um preço-alvo de R$ 20 para os papéis da estatal, com recomendação de mantê-los em sua carteira de investimentos.

JBS (JBSS3)

JBS
JBS pode se beneficiar com listagem em NYSE (Imagem: REUTERS/Shannon Stapleton)

Já as ações da JBS podem ser valorizadas caso a companhia seja listada na bolsa dos Estados Unidos, a New York Stock Exchange (NYSE).

Segundo a Genial, isso tem grandes chances de acontecer ainda em 2022, provavelmente na segunda metade do ano.

“Esse movimento faria sentido pois a JBS já é a maior empresa de proteínas do mundo e tem mais de 75% de sua receita vindo da JBS USA, divisão de negócio situada nos EUA, além de ter mais de 80% da sua receita dolarizada”, continuam os analistas.

A corretora ainda afirma que “a migração acionária seria um símbolo de reconhecimento por ser uma empresa e também traria maior visibilidade para ela, que ganharia acesso a mais investidores”.

A previsão da Genial é a de que as ações da companhia se valorizem 55% com a internacionalização.

“A JBS hoje é negociada a um múltiplo EV/EBITDA de 4,8x, patamar bastante descontado em relação a outras companhias similares na bolsa americana – especialmente da Tyson Foods, sua principal concorrente no país e que é negociada a 7,7x EV/EBITDA”, explicam os analistas.

Banrisul (BRSR6)

Banrisul
Banrisul também pode ganhar com possível privatização (Imagem: Divulgação/Banrisul)

Outra empresa que, segundo a Genial, pode beneficiar os investidores com uma eventual privatização é a Banrisul.

A corretora acredita que caso Banrisul seja privatizado, há potencial para fechar grande parte do desconto que possui em relação a bancos privados.

Caso o governador Eduardo Leite (PSDB) seja reeleito no Rio Grande do Sul, as chances para a privatização crescem ainda mais.

“Os fatores positivos para a privatização do Banrisul são: (i) sua forte agenda de desestatização (ii) momento favorável para privatizar no segundo mandato, dado que não concorrerá novamente; (iii) apoio da Assembleia Legislativa, e; (iv) fim do plebiscito para privatizações”, diz o relatório.

Apesar disso, a Genial identifica uma probabilidade baixa de o Banrisul ser privatizado por ser “muito impopular no estado”.

“Assumindo um P/VP conservador de 1x se o Banrisul for privatizado, o banco poderia valer R$ 21,6 p/ ação (upside de 113%). O múltiplo inferior a demais bancos privados considerado no exercício se deve ao ROE mais baixo, necessidade de cortes de despesas e risco de execução no processo de privatização. Hoje o Banrisul negocia a 0,47x P/VP 21”, continua.

“Além disso, não está claro se o Eduardo Leite irá concorrer à reeleição estadual ou mudará de partido para tentar a candidatura presidencial. Por ora, em função do baixo crescimento, volatilidade do período eleitoral e probabilidade remota de privatização permanecemos com recomendação de MANTER com PA em R$ 12, onde embutimos uma chance de privatização de 15% a 1,5x P/VP.”

TIM Brasil (TIMS3)

Tim Brasil
Tim pode ser beneficiada com possível venda no Brasil (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

A Tim Brasil, por sua vez, pode ter seu potencial de ganho para os investidores aumentado caso a subsidiária da Telecom Itália seja vendida no país.

Isso porque, como explica a Genial, “em novembro de 2021, o fundo KKR fez uma proposta pela Telecom Italia, empresa controladora da TIM. A oferta foi para adquirir 100% da italiana e tirá-la da bolsa, numa operação que pode impactar a TIM Brasil”.

“Como o KKR é um dos investidores da FiberCop (empresa de redes neutras de fibra), acredita-se que seu principal interesse na Telecom Italia seja com relação aos ativos de rede fixas italianas, mais especificamente de fibra. Sendo assim, o fundo não teria interesse em comprar os ativos brasileiros, o que geraria uma possível venda da TIM Brasil”, dizem os analistas.

A Genial aponta uma valorização de mais de 50% na Tim caso ela seja vendida, com as ações chegando a R$ 20,00, frente aos atuais R$ 12,50.

CS Infra (SIMH3)

Simpar
Simpar também pode se beneficiar com eventos (Imagem: Simpar/Divulgação)

Outra ação sujeita a possíveis eventos é a SIMH3. A principal aposta da Genial é a Simpar.

“Acreditamos que nos próximos anos, existe uma grande possibilidade de listagem de uma das empresas controladas pelo grupo. Para ser mais preciso, acreditamos que num horizonte de 18 a 24 meses, sua mais nova empresa CS Infra pode abrir seu capital, e caso isso aconteça à múltiplos semelhantes aos de empresas comparáveis e já listadas, como Ambipar (AMBP3) e Orizon (ORVR3), o valor adicionado à holding pode multiplicar em algumas vezes o capital de quem investir em SIMH3”, explicam os analistas.

A principal alavanca de valor, segundo a Genial, está na Ciclus, empresa de gestão integrada de de resíduos sólidos.

“Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), mais de 30 milhões de toneladas por ano de resíduos adicionais podem ser destinados à aterros sanitários. O Novo Marco Regulatório estabeleceu o fechamento de todos os quase 3 mil lixões abertos no Brasil até 2024, com tratamento e aproveitamento de 50% dos resíduos até 2040”, diz o relatório.

A Genial ainda cita que “olhando para 2025, num horizonte de tempo de 12 a 24 meses, será lá que teremos a comparação relativa da CS Infra em uma possível listagem”.

“A Simpar projeta um EBITDA de 2025 de R$ 277 milhões para a empresa, mantendo o nível de endividamento em 2,5x Div. Líquida/EBITDA e avaliada no mesmo patamar de seus principais concorrentes, isto é, 10x EV/EBITDA, teríamos um adicional de R$ 2 bilhões ao valor de mercado da Simpar”, afirmam os analistas.

A esse valor, quando se soma as concessões do terminal portuário de Aratu-12 e Aratu-18, da Rodovia Transcerrados e do BRT Sorocaba, “a holding projeta um lucro líquido de R$ 79 milhões para 2025, simplificadamente avaliados à 10x EV/EBITDA, adicionariam cerca de R$ 1,4 bilhões de valor à Simpar”, segundo a Genial.

Os analistas afirmam que “com o acréscimo total de R$ 3,4 bilhões de valor de mercado, o valor de mercado da SIMH3 deveria subir pelo menos 42%”.

Grupo Pão de Açúcar (PCAR3)

Pão de Açúcar
Grupo Pão de Açúcar pode ter valor destravado caso venda participação na Cnova (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

Para o Grupo Pão de Açúcar, a Genial projeta que seu valor pode ser aumentado com a venda da participação da Cnova, multinacional de varejo, pertencente ao Grupo Casino. Endividado, o Casino ganhou 10 anos para quitar suas dívidas.

“No entanto, Naouri [controlador do Casino e das holdings abaixo dela] se encontrou duplamente pressionado: de um lado, a alta alavancagem impedia com que o grupo captasse investimentos mais baratos para financiar seu crescimento; de outro lado, a concorrência estava ficando acirrada, com a entrada da Amazon e dos alemães Aldi e Lidl no território europeu”, dizem os analisas.

Com isso, a corretora enxerga a possibilidade de destravamento de valor com a venda da participação na multinacional e também com um spin off do Grupo Éxito. Apesar disso, a Genial afirma que o primeiro evento “é mais provável de acontecer”.

“Em um cenário hipotético e considerando os preços atuais do mercado, a venda da participação do Grupo Pão de Açúcar na varejista francesa poderia destravar cerca de R$ 5 bilhões”, afirma o relatório.

“Considerando o fechamento da última sexta-feira (4), onde o Pão de Açúcar era precificado a R$ 6,5 bilhões pelo mercado, essa operação poderia destravar o equivalente a 80% da capitalização do GPA.”

Marisa (AMAR3)

Fachada da Lojas Marisa (Divulgação / Lojas Marisa).

Para a Marisa, a Genial aponta que um eventual spin off do Mbank, braço financeiro da varejista de moda, pode destravar cerca de 67% em valor ao atual market cap de mercado de cerca de R$ 944 milhões.

“Se o spin off acontecesse, dando mais autonomia ao negócio da MBank por exemplo, o negócio não ficaria tão limitado ao operacional de varejo, o que poderia representar inclusive uma melhora às finanças da MBank, visto que enxergamos grandes fortalezas no ativo, principalmente na parte de produto financeiro”, explicam os analistas.

A corretora explica que os papéis da Marisa estão nas mínimas históricas, sendo negociados em uma média de R$ 3,30.

“A queda no preço de negociação dos papéis refletem a fragilidade operacional da companhia, impactado pelo período de pandemia, e as incertezas macroeconômicas para 2022. Faz cerca de 8 anos que a companhia não abre novas lojas. E o parque de lojas precisa de reformas, ainda mais considerando o atual cenário mais competitivo, dado as iniciativas omnichannel e a necessidade das empresas oferecerem bons serviços tanto no físico quanto no digital”, dizem.

Por isso que, segundo a corretora, com um possível IPO do Mbank, poderiam adicionar cerca de R$ 1,5 bilhão para as Lojas Marisa, “com os atuais múltiplos de negociação de mercado de 7,45x EV/EBITDA. Esse valor de mercado de R$ 1,5 bi representaria um aumento de 67% em relação ao atual market cap. da companhia”.

“Atualmente a Marisa possui cerca de R$ 828,3 milhões de dívida bruta sendo 42% da parte do varejo e 58% da Mbank, que aumentou seu índice de endividamento por conta do processo de recomposição de carteiras. Em termos de caixa e equivalente de caixa, a companhia possui cerca de R$ 321 milhões, sendo 25% da Marisa e 75% da Mbank”, afirmam.

MRV (MRVE3)

MRV MRVE3
MRV pode se beneficiar com eventual IPO de subsidiária (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

Já a MRV pode ser beneficiada por um eventual IPO da AHS Residential, subsdiária da MRV com atuação no sul dos Estados Unidos. Segundo a análise da Genial, “existem grandes chances do início de um processo de IPO para a subsidiária da construtora no final de 2023”.

“Com isso, a AHS seria reprecificada de olho em múltiplos de pares listados nos EUA, que apresentam um prêmio grande sobre os múltiplos das empresas brasileiras. Os acionistas da MRV, que hoje possuem ~93% de participação indireta na AHS, se beneficiariam deste movimento. Além disso, antes do IPO poderemos assistir novas captações privadas de equity com uma precificação mais adequada da subsidiária”, diz o relatório.

Como cita a Genial, essa não seria a primeira vez que a MRV lançaria empresas novas no mercado.

Um dos exemplos é o Banco Inter (BIDI11), que nasceu em 1994, como Intermedium Financeira, com o objetivo de auxiliar nas operações de financiamento imobiliário.

“Em 2002, a Intermedium cindiu com a MRV e seus acionistas receberam cotas da nova empresa, que hoje vale ~4x mais que a MRV em valor de mercado.”

“Em um cenário otimista, com reavaliação da AHS com um múltiplo P/BV de 2.2x e mantendo a nossa projeção para as operações do Brasil, enxergamos um potencial de 19,5% sobre o nosso preço-alvo para a MRV e 94,6% sobre o preço atual da ação”, afirma.

 

 

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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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