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Duas ações do agronegócio devem crescer com vitória de Trump; papéis do setor sobem

06 nov 2024, 16:32 - atualizado em 06 nov 2024, 16:32
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Com a eventual redução de negócios com os EUA, a China pode ver o Brasil como uma opção viável, expandindo nosso mercado externo. (Imagem: Canva/Gage Skidmore - Montagem: Giovanna Figueredo)

O resultado das eleições americanas mexe com as ações do agronegócio brasileiro. Por volta das 16h (horário de Brasília) desta quarta-feira (6), 3tentos (TTEN3) subia cerca 4,1%, JBS (JBSS3) avançava 2,4% e SLC Agrícola (SLCE3) valorizava 2,2%.

Nesta manhã, Donald Trump sacramentou sua vitória para a presidência dos Estados Unidos, após somar mais de 270 delegados, formando maioria nos colégios eleitorais, segundo a agência Associated Press.

Na projeção de analistas, a reação das ações do agronegócio na bolsa de valores brasileira se deve às propostas de Trump para elevar tarifas de importação no país, o que deve intensificar a guerra comercial com a China. Com a eventual redução de negócios com os EUA, a China pode ver o Brasil como uma opção viável.

Além das empresas citadas, BrasilAgro (AGRO3), BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3), Minerva (BEEF3), Boa Safra (SOJA3) e AgroGalaxy (AGXY3) também operavam em alta no pregão de hoje.

Eleição de Trump agita o mercado global

Na visão de Régis Chinchila, analista-chefe do Terra Investimentos, a vitória do republicano deve afetar diretamente as ações das empresas ligadas ao agronegócio brasileiro, criando um ambiente de maior volatilidade. 

Segundo o analista, o cenário pode beneficiar JBS, por conta do fortalecimento das exportações de carne, e SLC Agrícola, devido ao aumento da demanda chinesa por soja e milho



Entretanto, ainda há uma série de incertezas em relação ao setor. “A intensificação do protecionismo e o aumento de tarifas comerciais podem reduzir as margens de lucro das empresas exportadoras, especialmente as que vendem produtos como soja, milho e carnes, dado que o Brasil já exporta 37% de seus produtos para a China”, diz Chinchila.

Para ele, o impacto da alta do dólar também pode tornar as exportações brasileiras menos competitivas no mercado global. Outras empresas que devem sofrer são as do setor de insumos, como fertilizantes e defensivos agrícolas, devido ao aumento dos custos, causado pelo crescimento das tarifas e da inflação nos EUA.

O mercado de biocombustíveis também pode ser afetado, já que Trump deve priorizar a produção e o consumo dos combustíveis fósseis. Assim, a agenda climática que envolve diretamente o etanol e o biodiesel deve perder espaço.

Com tantas variáveis, o futuro do setor ainda é incerto. “As grandes empresas de trading enfrentam riscos de redução nas margens de lucro e aumento nos custos de transporte e logística, devido às mudanças nas relações comerciais globais. No setor financeiro, a volatilidade cambial e o aumento das taxas de juros nos EUA podem diminuir a confiança dos investidores, impactando negativamente o fluxo de investimentos no agronegócio brasileiro”, finaliza o analista. 

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gustavo.silva@moneytimes.com.br

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