Colunista Vitreo

Jojo Wachsmann: Um só prato feito para todos os países

19 fev 2021, 11:15 - atualizado em 19 fev 2021, 11:47
Coluna Vitreo
“A meu ver, nós lutamos, mas nada disso é nosso” Relatos do Mundo (2020) (Imagem: Divulgação)

Bom dia, pessoal!

Em dia de encontro do G7, o primeiro de Biden enquanto presidente, as Bolsas europeias abrem em alta. Futuros dos EUA seguem o movimento positivo, pelo menos por enquanto. Tem havido volatilidade no início do pregão, por isso as sinalizações iniciais não necessariamente servem para saber como o dia será, mas ao menos começamos bem.

Assim como os EUA, o Brasil tem experienciado uma rotação setorial — as Bolsas estão comendo no mesmo prato. Quando as coisas pareciam voltar a beneficiar o estruturalismo da nova economia, o mundo volta a dançar com teses de valor e da economia tradicional. A ver…

Sinais de possível ingerência?

A Petrobras indicou ontem (18) subida de preço para a gasolina e para o diesel a partir de hoje. O novo aumento, além de pressionar os indicadores de preço e abrir mais espaço para o Comitê de Política Monetária (Copom) subir a taxa de juros já na próxima reunião em março, irrita o presidente, que teme uma greve dos caminhoneiros.

Em sua tradicional live na noite de ontem, Bolsonaro, que já deve estar bastante incomodado com a prisão de Daniel Silveira (PSL-RJ), atacou a estatal e seu comando atual — o que possibilita, mais uma vez, uma ruptura com a ala de Guedes no governo.

O presidente disse que alguma coisa deve acontecer com a Petrobras, mesmo depois de já ter zerado o PIS/Cofins sobre o diesel por dois meses e o do gás de cozinha, sem prazo para voltar. Segundo ele, “vai ter consequências”. O mercado vai sentir esse possível impacto de ingerência política na companhia durante o pregão de hoje, a menos que o presidente arrume o que disse.

ADR da Petrobras já cai mais de 1% no pre-market de Nova York (ADRs são os BDRs dos americanos, “American Depositary Receipts).

Enquanto isso, a Câmara deve decidir hoje sobre a prisão de Silveira, encerrando, ao menos por enquanto, a crise institucional entre poderes. Ontem, para tranquilizar o mercado, os presidentes das casas legislativas se encontraram com Guedes e parecem ter entrado em um acordo sobre o auxílio emergencial.

Além disso, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, afirmou que a PEC emergencial será pautada na semana que vem em plenário, com o parecer sendo apresentado no dia 22 de fevereiro. Boa sinalização para uma pronta retomada da agenda fiscalista.

Demanda empoçada

Nos EUA, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, tem enfatizado a necessidade de o Congresso aprovar um pacote fiscal significativo, minimizando os dados econômicos recentes mais fortes.

Nas próximas três semanas, o Congresso debaterá medidas propostas por Biden — o noticiário econômico, com os dados de emprego mais fracos de ontem, pode fazer peso em Washington para a aprovação do pacote (economia mais fraca pressiona congressistas a aprovar).

Por ora, o déficit orçamentário federal é estimado em US$ 2,3 trilhões no ano fiscal de 2021, marcando uma queda em relação ao déficit de US$ 3,1 trilhões visto no ano fiscal de 2020, mas significativamente à frente de qualquer coisa que os EUA registraram antes da pandemia do coronavírus.

Note, porém, que esse total ainda não inclui US$ 1,9 trilhão em gastos de socorro que o presidente Biden prometeu, uma vez que o tamanho final do pacote não foi definido. Se aprovado com casca e tudo, teremos mais déficit neste ano.

Neste ritmo, os EUA vão alcançar o maior patamar de dívida sobre PIB da história em 2031, quando a métrica atingir 107% do PIB, com US$ 35,3 trilhões em dívida — a parcela pública da dívida nacional é atualmente de US$ 21,8 trilhões, ou 102% do PIB. Todos esses gastos desencadearam alguns temores de inflação.

Para piorar ainda mais, subir taxa de juros com uma dívida tão alta tem um efeito perverso sobre o pagamento de juros da dívida. A situação fiscal dos EUA também é preocupante, não ache que somos só nós.

Anote aí!

O G7 se reúne hoje e será importante verificar se há cooperação entre as nações no combate à Covid-19 e na retomada da economia.

A Zona do Euro abre a agenda de dados econômicos, com balança corrente de transações, seguida pelo PMI manufatureiro, de serviços e composto — o primeiro e o último vieram acima do esperado, enquanto o de serviços veio abaixo (manufatura tem sido mais forte do que serviços na crise atual).

O Brasil apresentará dados federais de receita, importantes em um momento de sensibilidade fiscal como o atual.

Por fim, os EUA entregam vendas de residências e PMIs (manufatureiro, de serviços e composto). Teremos falas de autoridades monetárias por lá e a divulgação do relatório de política monetária do Fed (vale conferir).

Muda o que na minha vida?

Depois da Tesla, instituições financeiras maiores estão adotando o bitcoin, abrindo caminho para a utilização em larga escala.

A cripto continua a subir, alcançando a marca de US$ 52.764 na quinta-feira (18) — um novo recorde. Agora foi a vez de a Mastercard e o Banco de Nova York Mellon Corporation agirem para tornar mais fácil a utilização de criptomoedas. Esse movimento é enorme e muito importante, mas quase passa despercebido com o fluxo tão grande de boas notícias para o bitcoin.

O Twitter e a Square também fizeram algumas reflexões iniciais sobre como lidar com bitcoins, incluindo se os funcionários podem ser pagos com a cripto e se a empresa precisa ter o ativo digital em seu balanço patrimonial.

Vale lembrar que a Tesla investiu US$ 1,5 bilhão em bitcoin e anunciou que começaria a aceitar a cripto para pagamento “em um futuro próximo”. Houve também alguns sinais anteriores.

O presidente da companhia (e homem mais rico do planeta), Elon Musk, disse que o bitcoin estava à beira de uma ampla aceitação e adicionou a hashtag Bitcoin à sua biografia no Twitter — toda vez que Musk comenta algo sobre alguma moeda, ela dispara instantaneamente.

Em janeiro, a Tesla havia divulgado que pode manter algumas de suas reservas de caixa em “certos ativos de reserva alternativos, incluindo ativos digitais, barras de ouro e fundos negociados em Bolsa de ouro”.

Loucura manter caixa investido em bitcoin, mas Musk não cabe na lógica tradicional.

O mercado está quente, se movimentando. Vale acompanhar de perto; logo, logo poderá ser você a receber seu salário com bitcoin.

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Um abraço,

Jojo Wachsmann

CIO e sócio fundador da Vitreo
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.