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Kepler Weber (KEPL3) vê otimismo para silos apesar de quebra da safra do Brasil

31 jan 2024, 15:54 - atualizado em 31 jan 2024, 15:54
kepler weber kepl3
Novo balanço do Kepler Weber, previsto para fevereiro, deverá confirmar que a empresa teve no ano passado seu segundo melhor desempenho da história (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

A Kepler Weber (KEPL3), fornecedora de cerca de metade das unidades de armazenagem de grãos existentes no Brasil, tem boas perspectivas para seus negócios em 2024, mantendo o ritmo forte do ano passado, de olho na demanda do agronegócio que busca reduzir o enorme déficit de silos no país.

Em entrevista à Reuters, o diretor comercial da Kepler Weber, Bernardo Nogueira, disse que as transações com setores do agronegócio como portos e indústrias de etanol de milho dão confiança em momento em que agricultores lidam com preços mais baixos no Brasil na esteira das cotações globais.

Mesmo com um cenário de rentabilidade menos favorável, em meio a uma quebra acentuada na colheita de soja em Mato Grosso, cooperativas também deverão manter os investimentos em armazéns, após os gargalos acentuados pela safra recorde de 2023, que limitaram os ganhos dos agricultores.

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“Um agricultor, um cerealista, uma cooperativa na hora de decidir qual investimento fazer, eles têm várias opções. Mas a armazenagem saiu do meio da lista para topo da lista de prioridades”, disse o executivo.

A companhia, assim, inicia 2024 com uma carteira de pedidos melhor que 2023 e mais diversificada, tanto em valores quanto em volume, acrescentou o diretor comercial.

A capacidade estática de armazenagem de grãos está em cerca de 201,3 milhões de toneladas, enquanto a safra brasileira 2023/24 é estimada em pouco mais de 300 milhões de toneladas, segundo números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o que indica um déficit expressivo ainda que os números da produção de soja venham a ser revistos para baixo à medida que a colheita avança.

“Nós teremos resiliência bastante boa, pelo déficit (que gera demanda)… Além disso, em momento em que o agricultor está mais reticente, temos visto crescimento de vendas de mais projetos portuários, projetos da industrialização do agro brasileiro, com a indústria de etanol de milho, e serviços, manutenções, temos crescido bastante”, disse.

Ele destacou que a companhia, que divulga seu balanço de 2023 em fevereiro, deverá confirmar que teve no ano passado seu segundo melhor desempenho da história, perdendo apenas para 2022, com projetos de armazéns em portos ajudando nesse movimento.

“Vimos crescimento de dois dígitos fortes para projetos portuários, e esta venda que teve em 2023 já foi faturamento importante. E entramos 2024 com carteira muito robusta para este segmento, e vai ter de novo crescimento em 2024 desse segmento”, comentou.

“Em parte, sim, compensa um agricultor mais retraído.”

Ele ponderou que o agricultor talvez não esteja em condições plenas de investimento em 2024, “mas a cooperativa precisa investir”.

A carteira de projetos da companhia, com contratos assinados, dá confiança para a empresa atravessar alguma turbulência que possa surgir.

“Estou vendendo agora para maio e junho, o faturamento que divulgamos em janeiro foi vendido em agosto, o faturamento de fevereiro já está sendo produzido, a gente tem uma visibilidade do primeiro trimestre… com tudo vendido”, disse Nogueira, lembrando que, no caso do orçamento do primeiro semestre mais de 80% está vendido já em janeiro.

Outro motivo de “otimismo” é o lançamento de novas tecnologias, o que inclui a aquisição da Procer no ano passado ampliando a digitalização das unidades de beneficiamento e armazenagem de grãos da empresa.

Mais da metade das obras vendidas pela Kepler Weber tem saído com tecnologia embarcada, que dá mais confiança para o produtor ao evitar perdas, com sensores que sinalizam quando a unidade precisa de manutenção, por exemplo. Nos próximos anos, a meta é chegar a 50% das unidades no Brasil conectadas.

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