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Kraft Heinz se divide, desfazendo fusão que não rendeu o esperado; ações caem 6%

02 set 2025, 14:54 - atualizado em 02 set 2025, 14:54
kraft heinz 3g capital insider trading
(Imagem: REUTERS/Andrew Kelly)

A Kraft Heinz se dividirá em duas empresas, uma focada em produtos alimentícios e outra em molhos e pastas, anunciou o grupo nesta terça-feira (2), desmantelando uma gigante de produtos de consumo que nunca alcançou o crescimento esperado quando foi formada há uma década.

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A cisão, que deverá ser concluída no segundo semestre de 2026, é a mais recente de uma série de rearranjos entre as principais marcas globais de consumo que já adotaram o modelo de conglomerado, mas que agora estão repensando sua estrutura de negócios em meio a vendas fracas, avaliações de empresa deprimidas e tarifas de importação.

Wall Street previu a separação depois que a empresa disse, em maio, que buscaria oportunidades para aumentar o valor para os acionistas. Ainda assim, os investidores reagiram negativamente, com as ações da Kraft Heinz caindo mais de 6% no início esta tarde, em meio a um movimento mais amplo de venda de ações no mercado.

A fusão de 2015 arquitetada pela parceria entre a empresa de private equity 3G Capital dos bilionários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles; e a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett — foi criada para cortar custos e impulsionar o crescimento de marcas icônicas, como o Heinz, Jell-O e cream cheese Philadelphia.

Não funcionou. Desde a fusão, as ações perderam cerca de 60% de seu valor, pressionadas em parte por redução de gastos dos consumidores, principalmente após a pandemia.

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Buffett disse à CNBC nesta terça-feira que estava “desapontado” com a divisão. A fusão não se revelou uma ideia brilhante, mas desmembrar a empresa não resolverá seus problemas, disse ele.

No mês passado, a Berkshire realizou uma redução de US$ 3,76 bilhões em sua participação de 27,4% na empresa.

“A complexidade de nossa estrutura atual torna desafiadora a alocação eficaz de capital, a priorização de iniciativas e o aumento de escala em nossas áreas mais promissoras”, disse o português Miguel Patricio, presidente-executivo do conselho da Kraft Heinz, que já foi chefe de marketing da cervejaria brasileira Ambev.

A empresa registrou US$ 9,3 bilhões em perdas no segundo trimestre devido ao declínio sustentado no preço de suas ações e no valor de mercado.

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“Para os investidores, a mudança pode desbloquear valor no curto prazo, mas os riscos de execução são claros: a menos que ambas as entidades invistam em inovação e se defendam contra a invasão de marcas próprias, a separação pode não conseguir mais do que uma melhora financeira temporário”, disse Suzy Davidkhanian, analista da Emarketer.

Menos complexa

A divisão ajudará a “alocar o nível certo de atenção e recursos para liberar o potencial de cada marca”, disse Patricio nesta terça-feira.

A divisão cria uma empresa focada em molhos e pastas, como Heinz, Philadelphia e Kraft Mac & Cheese, que teve vendas de cerca de US$ 15,4 bilhões em 2024. Já a outra companhia consistiria em alimentos processados e marcas de refeições prontas, incluindo Oscar Mayer e Lunchables, com cerca de US$ 10,4 bilhões em vendas anuais.

A unidade de mercearia será dirigida pelo atual chefe da Kraft Heinz, Carlos Abrams-Rivera, enquanto a empresa busca possíveis candidatos a presidente-executivo para a unidade de molhos.

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“Continuamos céticos quanto ao fato de que essa separação, por si só, ajudará as empresas individualmente”, disse Max Gumport, analista do BNP, observando que os desafios que sustentam o fraco desempenho podem levar muitos anos de investimentos e melhorias para serem superados.

A empresa espera que a divisão custe até US$ 300 milhões, mas prevê a redução rápida de grande parte dessa despesa.

Na semana passada, a gigante norte-americana de refrigerantes Keurig Dr Pepper anunciou a aquisição da JDE Peet’s por US$ 18 bilhões. O negócio resultará na divisão das operações de café e de outros negócios de bebidas da entidade resultante da fusão em duas empresas separadas de capital aberto.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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