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Leilão 5G: Afinal, quem se deu melhor? Claro, Vivo, TIM ou as pequenas operadoras?

05 nov 2021, 15:01 - atualizado em 05 nov 2021, 15:01
5G
As principais empresas do setor, Claro, Vivo e TIM, não decepcionaram no primeiro dia do leilão (Imagem: REUTERS/Albert Gea/File Photo)

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concluiu com sucesso o primeiro dia do leilão 5G. Na opinião de analistas do mercado, as principais empresas do setor, Claro, Vivo (VIVT3) e TIM (TIMS3), tiveram resultados positivos na licitação, que não abrigou grandes surpresas.

As três grandes teles ganharam os blocos nacionais, como esperado. A Claro foi a operadora de telecomunicações que gastou mais, pagando um montante total de R$ 1,6 bilhão por todos os blocos arrematados no dia. O maior lance foi para o lote regional E3 da faixa de 2,3 GHz, de R$ 750 milhões.

A TIM ficou em segundo lugar, tendo desembolsado R$ 976 milhões no primeiro dia do leilão. A Vivo gastou R$ 967 milhões.

O BTG Pactual (BPAC11) destacou que as três companhias conseguiram comprar tudo o que queriam na faixa de radiofrequência de 3,5 GHz, e por valores próximos ao preço mínimo. As empresas ainda conseguiram gastar em espectros da faixa de 2,3 GHz.

O grande destaque, no entanto, foi a Brisanet (BRIT3). A empresa teve vitória em três lotes – dois na faixa de 3,5 GHz e um na faixa de 2,3 GHz. Sem dúvida, o que mais chamou a atenção dos investidores foi que a provedora de internet pagou R$ 1,25 bilhão pelo lote C4 da faixa de radiofrequência de 3,5 GHz, com ágio de 13.741% sobre o preço mínimo de R$ 9,03 milhões.

O lance da Brisanet pegou o BTG de surpresa. Passado o choque inicial, o banco entendeu que a companhia possui uma rede de fibra óptica extensa na região do Nordeste, cobrindo localizações incluídas tanto nas obrigações de cobertura originais quanto nas obrigações extras.

Brisanet
A Brisanet se destacou no leilão 5G, tendo arrematado três lotes – dois na faixa de 3,5 GHz e um na faixa de 2,3 GHz (Imagem: Facebook/Brisanet Telecomunicações)

Segundo o BTG, pode ser mais fácil e barato tendo a Brisanet encarregada da cobertura no Nordeste do que apostar em uma empresa novata na região, por exemplo.

Para o UBS BB, a Brisanet definitivamente entrou em cena no mercado de telefonia móvel com estilo.

“Considerando os três blocos combinados, a Brisanet pagou R$ 1,466 bilhão, enquanto o pagamento mínimo era de R$ 123 milhões, um prêmio impressionante de 1.092%”, destacaram os analistas Leonardo Olmos, Andre Salles e Victor Ricciuti, em relatório divulgado nesta sexta-feira.

O UBS BB acredita que a companhia está apostando nas grandes sinergias que o 5G terá com a sua infraestrutura de fibra óptica.

Novas operadoras no radar

O leilão 5G terminou nesta sexta com valor final de R$ 46,79 bilhões e ágio médio em relação ao preço mínimo de 218%, superando as expectativas do governo federal.

A Brisanet e mais cinco operadoras de telefonia móvel entraram no mercado. Uma delas é associada ao fundo Patria, que adquiriu o lote nacional de 700 MHz por R$ 1,42 bilhão.

A dúvida que fica agora é se essas novas empresas vão conseguir entregar resultados. Segundo o Credit Suisse, embora a construção de uma operação móvel esteja na estratégia desses players, implantar a rede será uma tarefa bastante desafiadora – não no lançamento, mas na hora de aumentar a escala sem perder cobertura e qualidade.

“Capilaridade comercial e reconhecimento de marca também podem ser tarefas difíceis”, acrescentou o analista do banco Daniel Federle.

Um ponto destacado pelos analistas do BTG é que, com a entrada dessas novas empresas, a concorrência provavelmente vai aumentar, o que pode levar a menores retornos.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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