Comprar ou vender?

Localiza ou Unidas? Veja quem ganharia mais com a fusão

23 set 2020, 16:46 - atualizado em 23 set 2020, 17:24
Localiza
Na visão da Ativa, é fundamental levar em conta que a nova empresa provavelmente terá margens mais atrativas, ganhos em critérios ESG e estará mais bem posicionada para captar o valor de um setor que segue como muito promissor (Imagem: LinkedIn/Localiza)

A Unidas (LCAM3) e a Localiza (RENT3) anunciaram, nesta quarta-feira (23), uma possível combinação de negócios, que criaria o maior player do setor no país, com uma frota de 471 mil veículos.

Segundo os termos estabelecidos, os acionistas da Unidas receberão 0,44682380 ação ordinária de emissão da Localiza em substituição a cada papel ordinário de emissão da Unidas, detidos até a data do acordo.

Com base na relação de troca, os acionistas da Localiza detêm, em conjunto, 76,85000004% do capital social total da companhia combinada, e os então investidores da Unidas ficam, em conjunto, com 23,14999996% do resultado da incorporação.

Segundo Pedro Serra, gerente de research da Ativa, o negócio é, sem dúvida, transformacional para as duas empresas. “A nova empresa passaria a deter uma parcela relevante da demanda total de veículos no Brasil, o que ampliaria o seu já forte poder de negociação com fornecedores, de modo a reduzir a depreciação de sua frota”, afirmou.

Pensando no valuation, a fusão dos negócios resultaria em uma empresa de EV/Ebitda aproximado de 19x, valor mais baixo do que os atuais múltiplos de Localiza e mais alto do que Unidas, de acordo com a Ativa.

Na visão da corretora, é fundamental levar em conta que a nova empresa provavelmente terá margens mais atrativas, ganhos em critérios ESG e estará mais bem posicionada para captar o valor de um setor que segue como muito promissor. Tais fatores podem gerar um prêmio sobre o valuation, tornando-o mais atrativo.

“Ainda que o negócio seja, em um primeiro momento, muito positivo. Há de se levar em conta o alto grau de incerteza sobre sua concretização e seu futuro. Combinadas, as duas empresas correspondem a 50% do total de frotas total do país. No mercado de Aluguel de Carros (RAC), a concentração chega a 66%. Os riscos sobre a competitividade do mercado de locação são evidentes e o CADE certamente atuará sobre esse tema”, completou a Ativa sobre a viabilidade do negócio.

Sendo assim, a corretora tem recomendação de compra para as ações da Unidas e neutra para os papéis da Localiza, pensando em seus múltiplos já esticados.

Para finalizar, o analista Pedro Serra afirmou que apesar de reconhecer os riscos, acredita que as mudanças nas tendências de mobilidade urbana, a chegada de novas tecnologias como o 5G e, por consequência, a Internet das Coisas (IoT), e ainda baixa penetração deste mercado, principalmente no segmento GTF, serão alavancas de crescimento para esta nova empresa, que certamente se encontraria muito bem posicionada para captar as transformações que virão na cadeia de valor do setor.

O Banco Inter tem uma visão um pouco diferente, quando se fala da sua preferida para o setor, mas também se mostra positivo em relação ao possível negócio.

“Em nossa visão a combinação de know-how e tecnologia formam uma Localiza ainda mais completa e competitiva. A companhia já reconhecida pela eficiência em RAC e Seminovos agora passa a contar com uma estrutura mais robusta em Gestão de Frotas, segmento de grande exposição em Unidas. Localiza ainda poderá capturar sinergia operacional através de melhorias na estrutura e custo de capital, alavancando ainda mais os resultados”, informou o banco no relatório.

Nessa perspectiva, a melhor opção para o Banco Inter é a Localiza, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 54.

Jornalista | Analista de Marketing
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