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Localiza (RENT3) e Movida (MOVI3) caem com possível novo plano do governo para automóveis; entenda

26 jun 2025, 16:06 - atualizado em 26 jun 2025, 17:50
Consumidor entra em loja da Movida em São Paulo 06/02/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Consumidor entra em loja da Movida em São Paulo 06/02/2017 REUTERS/Paulo Whitaker

As ações da Localiza (RENT3) e da Movida (MOVI3) operaram entre as maiores quedas da B3 nesta quinta-feira (26), em meio à expectativa do mercado com o novo programa do governo federal para carros mais baratos.

Os papéis da Localiza encerraram a sessão com queda de 7,28%, a R$ 40,01, e liderou a ponta negativo do Ibovespa. Já Movida, negociada fora do Ibovespa, caiu 13,89%, negociados a R$ 7,50, sendo a terceira ação com pior desempenho da B3. Acompanhe a nossa cobertura de mercados ao vivo. 

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As companhias foram pressionadas por rumores de criação de dois novos programas do governo: o IPI Verde e o Carro Sustentável. Ambos serão apresentados oficialmente na próxima semana, segundo informações do Valor Econômico.

De acordo com o jornal, o IPI Verde será um novo sistema de tributação para o setor automotivo que vai beneficiar, com alíquotas menores, os carros mais eficientes e menos poluentes. Já os veículos com alta emissão de gases ou baixo rendimento deverão ser penalizados com maior carga tributária.

Além disso, de acordo com o texto do jornal, será criado outro programa, chamado Carro Sustentável, que prevê uma redução do IPI de automóveis mais baratos, desde que atendam a determinados requisitos e sejam produzidos no Brasil.

Por que isso preocupa Localiza e Movida?

Segundo analistas do UBS BB, a novidade pode gerar um potencial impacto negativo para as empresas de aluguel de veículos, como Localiza e Movida.

Eles citaram que as reduções do IPI que ocorreram em 2008 e 2012 — em torno de 7 pontos percentuais (p.p.) — tiveram efeitos neutros sobre o fluxo de caixa da Localiza. Entretanto, em ambas as ocasiões, a empresa reconheceu perdas por desvalorização de ativos, o que impactou seu lucro líquido.

Na redução de 2023, a empresa também reconheceu uma desvalorização de 1,3% a 1,5% do valor contábil da frota, mas esse evento também desencadeou uma correção nos preços de carros usados com 1 a 3 anos de uso — que começaram a cair cerca de 0,8% ao mês, em comparação com quedas normais de 0,3% a 0,5% ao mês, levando a uma revisão maior da depreciação.

“Acreditamos que o mercado ficará preocupado com a possibilidade de uma nova mudança na dinâmica dos seminovos desencadeada pelo novo programa, o que poderia levar a outra revisão de depreciação para Localiza e Movida”, afirmaram.

De acordo com relatório do BTG Pactual, embora ainda faltem detalhes sobre a abrangência e a duração das novas medidas, o mercado já começa a precificar um cenário de maior depreciação no curto prazo, especialmente se houver queda relevante nos preços de veículos novos.

“Essas iniciativas costumam provocar variações abruptas nos preços, resultando em aumento da depreciação de curto prazo”, escreveram os analistas.

Eles lembram que, em 2023, a Localiza estimou perdas entre R$ 575 milhões e R$ 650 milhões com a reprecificação da frota, mas que parte desse efeito acabou sendo compensada no médio prazo com a compra de veículos novos a preços menores’, diz o relatório.

Ainda segundo o banco, o novo programa “Carro Sustentável” traz diferenças relevantes em relação a medidas anteriores, por ser mais duradouro (até 2026) e já incluir locadoras entre os beneficiados. Mesmo assim, o nível de incerteza permanece elevado, e os investidores tendem a antecipar possíveis impactos — “possivelmente exagerando na precificação de efeitos negativos”, complementa.

*Com Reuters

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gabryella.mendes@moneytimes.com.br
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