Log CP (LOGG3): JPMorgan eleva recomendação para neutro e vê Selic como gatilho de preços
O JPMorgan elevou a recomendação da Log CP (LOGG3) de underweight (equivalente à venda) para neutro, citando o próximo ciclo de flexibilização monetária e os resultados do terceiro trimestre (3T25) mais fortes do que o esperado.
O banco norte-americano também revisou o preço-alvo das ações de R$ 24 para R$ 28 para dezembro de 2026, o que representa um potencial de valorização de cerca de 18% em relação ao último fechamento, de R$ 23,70. Acompanhe o tempo real.
O banco norte-americano destaca que as ações da Log podem se beneficiar do próximo ciclo de flexibilização monetária no Brasil, previsto para o final de 2025 ou início do ano que vem.
Segundo a instituição, cada redução de 50 pontos-base na Selic adicionaria cerca de R$ 6 milhões ao FFO (fluxo de caixa) projetado para 2026, um aumento de cerca de 10% em relação ao cenário base de R$ 64 milhões.
Resultados e desinvestimentos
Em relatório, o JPMorgan destaca que a receita da empresa de galpões logísticos no terceiro trimestre ficou 6% acima da projeção interna do banco.
A instituição aponta que desinvestimentos recentes, incluindo a venda de três ativos por R$ 364 milhões a um fundo do BTG Pactual, estão permitindo à companhia financiar seu plano de crescimento, aumentando o número de projetos em construção de 8 para 16.
O banco também observa que o retorno sobre o custo da LOG está entre 13% e 14%, beneficiado por aluguéis mais fortes do que o esperado e custos de construção relativamente baixos.
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Plano de expansão
O banco também incluiu em seu modelo o plano da LOG de produzir 2 milhões de m² de área bruta locável (ABL) até 2028, mantendo uma participação de cerca de 85% nos galpões.
O crescimento, no entanto, dependerá da continuidade de desinvestimentos no portfólio, e o JPMorgan projeta que a execução será estendida até 2029, com entregas médias de 425 mil m² por ano entre 2026 e 2029 e vendas anuais de aproximadamente 330 mil m².
Pontos de atenção
Apesar da atualização para neutro, o relatório destaca o “potencial de valorização limitado” para LOGG3 (cerca de 18%), abaixo do esperado para os shoppings brasileiros, em que as projeções giram entre 25% e 35% para companhias como Multiplan (MULT3), Iguatemi (IGTI3) e Allos (ALOS3).
O JPMorgan cita também um valuation relativamente caro, já que o P/FFO 2026 estimado para a LOG está em 32,5 vezes, um prêmio elevado frente à média do setor, de 8 a 10 vezes.
Além disso, o modelo de crescimento da empresa depende de desinvestimentos constantes, difíceis de quantificar, o que traz volatilidade ao ritmo e aos resultados.