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Lojas Americanas: por que as ações saltaram 20% em um único dia?

18 out 2021, 19:00 - atualizado em 19 out 2021, 1:29
Lojas Americanas
Uma série de fatos positivos pesaram para a dispara das ações (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

Os papéis da Lojas Americanas (LAME4) dispararam 20%, a R$ 6,41, na sessão desta segunda-feira (18). Os ativos ordinários (LAME3) decolaram ainda mais, 27%. Já as ações da Americanas SA (AMER3) subiram 4,33%, a R$ 39,07. O que explica esse salto imenso em um único dia?

Na manhã desta segunda-feira, a empresa informou que estuda uma combinação de negócios com a sua controlada, a Americanas SA. Segundo a empresa, a fusão tem como objetivo maximizar a experiência do cliente em uma nova jornada de criação de valor.

Além disso, a varejista também planeja uma listagem nos Estados Unidos, na Bolsa de Nova York (NYSE) ou na Nasdaq, e a entrada no Novo Mercado, o segmento de maior governança corporativa da B3.

Esses fatos foram mais que suficientes para os papéis virarem um foguetinho, apontam especialistas ouvidos pelo Money Times. 

Por que tanto otimismo?

No processo de reorganização societária, as operações da Lojas Americanas se uniram com a B2W para criar a Americanas SA. Os papéis da Lojas Americanas continuaram listados na Bolsa, mas como uma holding.

Tudo perfeito, não fosse o mercado: a ação da Lojas Americanas caiu 18% desde então. É verdade que a economia não ajudou muito, com alta dos juros pesando contra o setor de varejo. Mas a reorganização piorou as coisas.

“A cisão entre Americanas e Lojas Americanas precificou muito mal as ações de Lojas Americanas nessa época. Porque o fundamento disso era mais operacional, para os controladores manterem o seu controle da holding”, aponta Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos.

Com a notícia de hoje, esse problema pode ser resolvido ou, pelo menos, atenuado. 

“Essa incorporação das três bases de operação da Lojas Americanas foi precificado nas ações. Daí essa alta tão forte. Caso haja essa fusão, a LAME estaria barata”, completa Lelis.

New York Stock Exchange (NYSE), Nova York, EUA, 04/11/2020.
Viviane acrescenta ainda que a listagem fora facilita a entrada de capital estrangeiro e dá mais visibilidade para o papel (Imagem: REUTERS/ Andrew Kelly)

De acordo com Viviane Vieira, operadora de renda variável da B.Side Investimentos, com a reestruturação, a companhia teria uma melhor administração. 

“Deixaria de ter uma empresa de fachada e tudo ficaria dentro de uma companhia, que é o que faz mais sentido. Além disso, mostram que estão fazendo um trabalho ativo para fazer mudanças estruturais dentro da empresa com o objetivo de melhorar os números. Americanas SA e Lojas Americanas tem um market share bem competitivo. Só precisa melhorar o operacional, que é isso que estão fazendo agora”, completa. 

Outro ponto positivo, segundo os analistas, é a entrada no Novo Mercado, segmento que exige uma série de condutas da empresa para melhorar sua governança. E como se não bastasse, uma listagem nos EUA seria a cereja do bolo.

“Isso também valoriza os papéis pois abre espaço para uma base de investidores maior que às vezes está disposta a pagar maiores múltiplos pelas empresas”, diz Alvaro Marangoni, Sócio da Quadrante Investimentos.

Viviane acrescenta ainda que a listagem fora facilita a entrada de capital estrangeiro e dá mais visibilidade para o papel.

“Até porque em Nova York, uma das maiores Bolsas do mundo, você consegue chamar a atenção de outros países”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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