100 dias

Lula deixa para depois dos cem dias de governo principal viagem ao exterior; entenda

10 abr 2023, 10:00 - atualizado em 10 abr 2023, 9:12
Lula
Lula deixou para depois da comemoração dos cem primeiros dias de mandato o principal evento da agenda de política externa neste início de governo (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou para depois da comemoração dos cem primeiros dias de mandato o principal evento da agenda de política externa neste início de governo. Isso porque ele embarca amanhã, terça-feira (11), para a China.

Inicialmente prevista para a última semana de março, a viagem ao principal parceiro comercial foi adiada. A ideia era fechar com chave de ouro um primeiro trimestre de retomada da inserção do Brasil na esfera mundial, rompendo o isolamento ao qual o país foi relegado nos últimos anos.

Porém, o diagnóstico de pneumonia causou um contratempo. De qualquer forma, em apenas um mês de governo, Lula se reuniu com metade do total de países visitados pelo antecessor Jair Bolsonaro em quatro anos de mandato. 

O atual presidente realizou praticamente uma viagem internacional por mês desde que tomou posse. Primeiro, visitou logo em janeiro os vizinhos Argentina e Uruguai. Depois, em fevereiro, foi a vez dos Estados Unidos

O objetivo dessas viagens foi reforçar a integração regional sul-americana e também as relações democráticas entre os países. E isso foi só o começo. 

Vem mais por aí

Na viagem oficial à China, o presidente conduz assuntos bilaterais que se misturam à agenda global, como a questão climática e a guerra na Ucrânia. Na volta, Lula deve ir ao Oriente Médio, onde visita os Emirados Árabes Unidos ainda antes de retornar ao Brasil. 

Depois, Lula retorna à Ásia já no fim de maio. Isso porque o Brasil foi convidado para a reunião deste ano do G7. O encontro acontecerá na cidade japonesa de Hiroshima, entre os dias 19 e 21 do mês que vem. Em 2022, a Argentina esteve entre os países convidados. 

O G7 é o grupo dos sete países mais industrializados do mundo, do qual fazem parte Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Porém, a União Europeia (UE) também é representada. 

Lula mata saudade do Brasil

Assim, o Brasil vai, em poucos meses, retomando o protagonismo a partir do Mercosul, visando reconstruir o diálogo com potências como os EUA, a Comunidade Europeia, a China, além de países árabes e outros atores globais. Essa estratégia foi delineada ainda no discurso de vitória do então candidato às eleições.

À época, Lula dedicou grande parte da sua fala às relações internacionais do Brasil. “O ponto de partida da narrativa foi que o ‘mundo sente saudade do Brasil’. E o mundo realmente sentiu”, ressalta Marianna Albuquerque, professora adjunta de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em editorial da revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), que trata sobre a reconstrução da política externa brasileira, Marianna destaca que o Brasil está de volta. A frase remete à fala do presidente Lula, dita no Egito, durante a COP27, também ainda antes da posse.

Aliás, a edição deste trimestre do periódico do CEBRI também traz uma entrevista com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Nela, o chanceler afirma que a integração é o objetivo prioritário do governo Lula, retomando princípios caros à política externa brasileira. 

Portanto, ao completar 100 dias, o Brasil também celebra a reinauguração da diplomacia nacional. Mas a jornada para recuperar o status em nível internacional ainda é longa. Para tanto, têm-se um pouco mais de mil dias. 

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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