Magalu (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3), C&A (CEAB3) e mais: Quem serão as vencedoras do varejo no 3T25?

Mais uma temporada de balanços se aproxima e, no que diz respeito ao varejo, será preciso lidar com tendências de desaceleração. Para a segunda metade deste ano, o BTG Pactual vê como desafio a desaceleração da inflação, os custos de financiamento mais elevados e o alto endividamento das famílias.
Nesse cenário, o terceiro trimestre deve ser transitório, marcado por uma desaceleração mais acentuada em alguns segmentos, como o de vestuário, e tendências de enfraquecimento para os varejistas de alimentos. Do outro lado, números positivos para os farmacêuticos e para algumas teses específicas.
- SAIBA MAIS: Saiba como buscar receber renda extra mensal com a carteira Double Income, da Empiricus Research; libere gratuitamente
O BTG espera um crescimento de 8% em comparação anual na receita líquida do setor, com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também avançando em 8%, apoiado novamente por esforços de otimização de custos, preços mais racionais e alavancagem operacional.
Em relação ao lucro líquido, a estimativa é de uma queda de R$ 1,39 bilhão no 3T24 para R$ 1,26 bilhão no 3T25.
Divisões do varejo
A equipe de analistas do BTG Pactual, liderada por Luiz Guanais, aponta uma desaceleração do consumo discricionário após um primeiro semestre mais forte, que engloba nomes como Lojas Renner (LREN3), C&A (CEAB3), Azzas 2154 (AZZA3) e Grupo SBF (SBFG3).
Do lado do e-commerce, o destaque novamente deve ficar com o Mercado Livre (MELI34), em meio ao movimento de intensificação da concorrência.
“O dilema do setor de e-commerce no Brasil significa que as empresas devem escolher entre crescimento e lucratividade”, ponderam os analistas.
No terceiro trimestre, o BTG vê as companhias que atuam no e-commerce afetadas afetado pelas recentes mudanças nos subsídios de frete. No Magazine Luiza (MGLU3), o BTG espera que o volume bruto de mercadorias (GMV) online caia 2% na base anual, ao passo que a margem Ebitda consolidada (pós-IFRS16) deve permanecer estável em relação ao ano anterior.
Enquanto isso, a expectativa é de um crescimento de 31% ao ano na operação do Mercado Livre no Brasil (em real), com o GMV consolidado (em dólar) aumentando 21%.
Na Casas Bahia (BHIA3), o GMV online deve crescer 10% ao ano, com a margem Ebitda (pós-IFRS16) expandindo para 8,2%.
Vindo de um primeiro semestre fraco, para os varejistas de alimentos, o BTG espera um cenário moderado, marcado por uma desaceleração da inflação no período.
O que fazer com o setor?
Para o BTG, a ordem ainda é conservadorismo e seletividade para se posicionar no setor. Os analistas destacam que há dúvidas de que as varejistas estão altamente correlacionadas com as perspectivas macroeconômicas, assim como o desempenho das ações.
“Também há a preocupação de que as restrições de crédito nos próximos meses possam impactar o consumo, e o cenário de taxas de juros mais altas representa um risco para o ritmo da desalavancagem financeira”, ponderam os analistas.
Partindo desse ponto, o BTG acredita que uma nova alta nas ações do setor de varejo depende de dois fatores:
- Queda nas taxas de juros reais de longo prazo, que deve ser gradualmente precificada pelo mercado nos próximos meses;
- Um momento operacional decente e atualizações positivas dos lucros.
As principais escolhas do banco no setor incluem Smart Fit (SMFT3), Vivara (VIVA3) e Track&Field (TFCO4), três nomes que devem ser destaques positivos no terceiro trimestre, além de C&A (CEAB3), que apresenta desempenho superior no segmento discricionário, e Assaí (ASAI3), sendo a preferência do BTG para aproveitar a queda nas taxas no Brasil.