Jefferies inicia cobertura de Magazine Luiza e classifica como uma das melhores ações para ciclo de queda dos juros; MGLU3 salta 9%

O banco de investimentos Jefferies iniciou a cobertura do Magazine Luiza (MGLU3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 13,60, o que implica em um potencial de alta de 47%, considerando o fechamento do dia 21 de maio.
Na avaliação da equipe liderada por Antonio Pedro Cardoso, a varejista é um dos melhores nomes para quem aposta na queda das taxas de juros (Selic). Uma queda de 1,0 ponto percentual impulsionaria o lucro antes dos impostos (EBT) em 166%, estima o banco gringo.
O Brasil se vê diante do maior patamar da Selic desde 2006, de 14,75%. No mercado, há expectativa de que o ciclo de altas encerre por aí, mas se mantenha por um período.
Por volta de 16h20 (horário de Brasília), MGLU3 subia 2,93%, a R$ 9,48. Na máxima do dia, disparou 9,45%, a R$ 10,08. Acompanhe o tempo real.
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O Jefferies reconhece que o momento de vendas está fraco, mas deve melhorar devido à expansão do crédito e novas iniciativas.
“As margens vão melhorar ligeiramente sem quaisquer investimentos de capital relevantes, impulsionando ROICs (Retorno sobre o Capital Investido) mais altos”, avaliam os analistas.
Apesar de reconhecerem que a alavancagem e as altas taxas de juros ainda pressionam o resultado, veem que uma desalavancagem tem se materializado, caindo de 12,7 vezes no primeiro trimestre de 2022 para 4,5 vezes no primeiro trimestre de 2025.
Magazine Luiza está se fortalecendo
Olhando em retrospecto, o banco recorda que de 2017 a 2020, as ações da Magalu subiram significativamente, impulsionadas por sua mudança para um modelo omnichannel (utilizando diversos canais de forma integrada) e o impulso da pandemia de Covid-19.
“No entanto, pós-2020, o aumento das taxas de juros, a queda da confiança do consumidor e outros fatores levaram a uma queda de 97% no preço das ações. A estrutura de capital super alavancada da empresa devido ao crescimento e aquisições passadas contribuiu para suas dificuldades”, pondera.
Apesar dos contratempos, os analistas apontam que, desde 2021, o Magalu superou os concorrentes, crescendo seu GMV (volume bruto de mercadorias) em 17,5%. Para eles, a verejista está ficando mais forte por meio do investimento em:
- Iniciativas estratégicas como sua parceria com a AliExpress;
- Aprimoramento do fulfillment para itens de médio valor;
- Expansão do MagaluBank e injeção de capital de R$ 1 bilhão na Luizacred;
- Novos empreendimentos como Magalu Ads e Magalu Cloud.
“Estimamos que esses esforços impulsionarão as receitas de serviços de 9,7% para 13% das receitas líquidas até 2030, o que impulsionará a lucratividade, já que os serviços carregam uma margem operacional maior. Portanto, diferimos do mercado ao acreditar que as margens brutas e os retornos irão melhorar sequencialmente”, colocam.
Vários catalisadores potenciais podem fortalecer ainda mais a confiança do Jefferies na recomendação de investimento. A exemplo disso, uma queda nas taxas de juros reduziria as despesas financeiras e estimularia o crescimento do GMV, aumentando consideravelmente o resultado.