Comprar ou vender?

Magazine Luiza (MGLU3): Após balanço, 6 analistas dizem se é hora de comprar ou de vender

08 ago 2025, 16:57 - atualizado em 08 ago 2025, 16:57
magazine luiza varejo
As ações do Magazine Luiza reagiram negativamente ao balanço do 2T25 (Imagem: Divulgação)

O resultado do segundo trimestre de 2025 (2T25) do Magazine Luiza não brilhou os olhos de analistas, e, no que diz respeito à ação, MGLU3 operou como uma das maiores quedas do Ibovespa (IBOV) no pregão desta sexta-feira (8).

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Em geral, analistas mantêm uma posição neutra para o Magazine Luiza, que reportou um recuo de 95,3% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre de 2025 (2T25) na comparação anual, atingindo R$ 1,8 milhão. A cifra veio abaixo das projeções reunidas pela Bloomberg, que apontavam para um lucro líquido de R$ 13 milhões no período.

Sem o ajuste, que desconsidera as despesas não recorrentes, a companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 24,4 milhões, revertendo o lucro não ajustado de R$ 23,6 milhões reportado no segundo trimestre de 2024.

O Santander classifica os resultados do período como fracos, mas dentro do esperado, com um crescimento de receita modesto e sem grandes melhorias na rentabilidade.

Na avaliação de Ruben Couto e equipe, a companhia foi impactada pela deterioração do ambiente de consumo, resultando em uma ligeira queda no GMV (volume bruto de mercadorias) de 0,6% ano a ano. Apesar disso, o Magalu ainda reportou ganhos de participação de mercado, indicando que o mercado geral pode ter encolhido ainda mais.

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Para o BB Investimentos, os resultados foram negativos, com um crescimento de receita tímido, queda na rentabilidade e prejuízo, com impacto da taxa básica de juros (Selic) em 15%.

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A analista Andréa Aznar destaca o avanço de 17,6% das ações desde o início do ano, até o fechamento da quinta (7), como reflexo de um cenário menos pessimista para as varejistas, dada a taxa de desocupação em queda e o incremento da massa de renda real das famílias.

No entanto, a taxa de juros em um patamar historicamente alto configura um cenário delicado para empresas como o Magazine Luiza, evidenciado pelo crescimento de receita abaixo da inflação por mais um trimestre, na visão da casa.

“Vale mencionar que o Magazine Luiza possui uma parte importante de suas vendas em produtos de ticket médio mais alto, normalmente dependentes de crédito. A contrapartida é que a companhia tem conseguido controlar a inadimplência, mas que exige maior cautela na concessão de crédito e traz números mais tímidos de crescimento de receita”, coloca a analista.

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A Genial Investimentos reforça o coro de que foi um trimestre fraco, no entanto, apesar de nenhuma surpresa positiva, também não houve frustrações relevantes.

“Foi um trimestre fraco, mas que reforçou a leitura de que o Magalu está menos interessado em perseguir crescimento a qualquer custo e mais focado em preservar rentabilidade, mesmo que isso implique em não crescer faturamento”, diz o analista Iago Souza.

O analista pontua que o foco no segundo semestre continua sendo a estabilização, margens e retomada do lucro de forma consistente, com o quarto trimestre do ano como melhor janela para ver diluição de despesas e efeito sazonal mais forte.

Desde 2022, o BTG Pactual afirma que, apesar da queda da MGLU, esperam que ela seja pressionada por:

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  • Crescimento mais lento do GMV online, dada sua exposição a categorias altamente cíclicas, como eletrônicos e eletrodomésticos, e um cenário competitivo acirrado no canal online;
  • O impacto das altas taxas de juros nos resultados da Luizacred; e
  • Um alto custo de financiamento para descontar contas a receber, afetando os resultados financeiros e o lucro líquido.

“Reconhecemos que as taxas de juros mais altas nos próximos trimestres devem pressionar a receita líquida da empresa, bem como o lucro líquido, mas os últimos trimestres mostraram melhores tendências de lucratividade (e fluxo de caixa), sustentando nossa recomendação de compra“, dizem os analistas do banco.

O que fazer com as ações do Magazine Luiza?

Banco/Corretora Recomendação Preço-alvo
BB Investimentos Neutra R$ 9
Itaú BBA Neutra R$ 15
Genial Investimentos Neutra R$ 8,50
Santander Neutra R$ 10,60
BTG Pactual Compra R$ 14
JP Morgan Venda

 

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.