Ações do Magazine Luiza recuam em reação ao balanço do primeiro trimestre de 2025 (Imagem: Magazine Luiza/Reprodução)
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) derretem no pregão desta sexta-feira (9), após a varejista divulgar seus números referentes ao primeiro trimestre de 2025. O lucro líquido ajustado totalizou R$ 11,2 milhões no 1T25, um recuo de 62,5% ante o mesmo período em 2024.
As ações encerraram a sessão com queda de 6,98%, a R$ 8,39. Durante a sessão, os papéis chegaram a cair 12,31%. Acompanhe o tempo real.
Em entrevista ao Money Times, a diretora de Relações com Investidores (RI), Vanessa Rossini, atribuiu a contração do lucro a alta taxa básica de juros (Selic). Ela pontua que, em 2024, a curva de juros ao longo do primeiro trimestre caiu, enquanto neste trimestre o movimento foi oposto.
“Só em juros, a gente viu uma curva praticamente 30% maior. Foi 27% de aumento. Mas, mesmo diante desse cenário, com os juros subindo, trouxemos um resultado final positivo”, afirma.
O Citi aponta que os resultados vieram em sua maioria abaixo das expectativas, mas o principal ponto negativo foram os resultados financeiros, que dispararam 27% ano a ano e ficaram 31% acima das expectativas do banco gringo, devido a juros maiores do que o esperado sobre a antecipação de recebíveis de cartões de terceiros.
“Ainda vemos um crescimento online limitado, com o aumento das despesas financeiras levando a um resultado pior do que o esperado. Portanto, ainda esperamos revisões de lucros. Mantemos a recomendação de venda/risco alto“, diz o Citi.
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CEO aponta foco em rentabilidade
Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, destacou que a companhia conseguiu lucrar mesmo em meio ao atual cenário do juro, por meio do foco em rentabilidade e com o ecossistema da varejista.
“Esse ano de 2025 é o último ano do ciclo da construção do ecossistema digital Magalu, cujo principal objetivo estratégico era tornar o nosso resultado mais resiliente à prova de Selic”, disse o CEO ao abrir a conferência do trimestre.
O executivo chamou atenção durante a teleconferência para o potencial da companhia quando o ciclo de alta da taxa de juros se encerrar e a expectativa de cortes entrar na curva.
Segundo ele, os juros acabam determinando boa parte da despesa financeira do Magalu, tanto em função dos serviços da dívida, mas também de antecipação de recebíveis. No entanto, ele defende que a companhia conseguiu mais do que compensar isso com o Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização, em função das linhas de resultado do ecossistema.
“Essas linhas de resultado que a gente construiu ao longo desses anos, parte vindo de empresas adquiridas, parte vindo de expansões orgânicas para fora do core (negócio central), estão contribuindo bastante com a nossa rentabilidade e fazendo com que a gente consiga abafar o ciclo de alta de juros, o que nos dá muita esperança para quando esse ciclo finalmente se arrefecer”.
Ele pontua o recente aumento na Selic, que está em 14,75% e aponta como uma grande notícia a perspectiva de um fim de ciclo de alta. “Quando o juro começar a cair, e não precisa nem ser a Selic, é o juro futuro, a conversão de Ebitda em caixa vai ser muito significativa”, disse.