“Magnificent Seven brasileiras”: Conheça as principais apostas do BofA na B3 para 2026
O Bank of America (BofA) elaborou uma lista das suas empresas preferidas da Bolsa brasileira para 2026. O grupo, formado por sete companhias, foi apelidado de “Magnificent Seven brasileiras” por apresentar características que, segundo o banco, se assemelham às da versão americana.
A lista é composta por Mercado Livre (MELI34), Nubank (ROXO34), WEG (WEGE3), BTG Pactual (BPAC11), Raia Drogasil (RADL3), Localiza (RENT3) e Itaú (ITUB4).
“Diferentemente dos Estados Unidos, nós não temos ações de tecnologia aqui, que compõem as Magnificent Seven lá fora. Mas, basicamente, o que fizemos nessa lista foi olhar para nomes que têm retornos elevados. Não são nomes baratos, mas geram retorno ao longo do tempo com consistência”, disse David Beker, estrategista-chefe do BofA.
Para ele, a performance dessas ações ao longo dos anos não fica muito atrás da observada no grupo americano. “São histórias boas, que conseguem performar mesmo em cenários de volatilidade e incerteza”, afirmou.
Além do crescimento consistente e da liderança em seus setores, o BofA também destaca que essas companhias oferecem alta liquidez — um fator importante para investidores estrangeiros, que precisam da segurança de montar e desmontar posições com facilidade e que, segundo o banco, “estão interessados no Brasil”.
“O pessoal está olhando, mas eles falam que o mundo está muito incerto. Esse fator acaba afetando a perspectiva de fluxo. No entanto, a alocação na América Latina, neste momento, é muito baixa. Então há muito espaço para aumentar”, disse durante encontro com jornalistas.
O banco também estruturou uma segunda cesta, chamada “Unforgettable Seven”, composta por large caps mais maduras, com crescimento menor, mas que seguem relevantes para investidores institucionais. O grupo inclui Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), JBS (JBSS3), Banco do Brasil (BBAS3), Ambev (ABEV3), Bradesco (BBDC4) e Gerdau (GGBR4).
“São large caps, empresas de valor, market leaders, mas que não oferecem o mesmo perfil de crescimento das Magnificent Seven”, explicou Beker.
Além do fluxo estrangeiro, o estrategista vê espaço para a volta do investidor doméstico à Bolsa, à medida que a queda da Selic se torne mais consistente.
“Vejo a possibilidade de, em 2026, a Bolsa brasileira surfar na combinação dos fluxos estrangeiro e local”, afirmou. “Se a nossa percepção é de que o juro vai começar a cair, a realocação de portfólios tem que começar a acontecer. Quem esperar vai chegar atrasado.”
O banco projeta o Ibovespa em 180 mil pontos no fim de 2026, sustentado principalmente pelo início e continuidade do ciclo de afrouxamento monetário. A casa prevê a Selic em 11,25% ao final do ano — ainda acima da taxa neutra, na visão do estrategista.
Nos cenários alternativos, o índice pode chegar a 210 mil pontos em um ambiente fiscal construtivo e cair a 130 mil caso a percepção de risco aumente.