Rodolfo Amstalden: “Cogito comprar Bolsa abaixo dos 70 mil e vender aos interessados acima dos 90 mil”

Eu achava que abril seria o mês mais difícil para o mercado local.

A Bolsa brasileira foi capaz de subir em diversos pregões sem razão, às vezes pegando carona nos EUA e às vezes desafiando o cenário externo.

No fim das contas, o ambiente doméstico se deteriorou e o mercado comemorou com base na dissonância cognitiva e no wishful thinking.

Nunca dá para saber como vai ser.

Meu novo mês mais difícil agora é maio, e só junho pode lhe roubar a coroa.

Veja na capa da Bloomberg nosso mais novo motivo de orgulho tupiniquim.

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Passamos a ser tratados internacionalmente como o país mais sujeito a uma explosão de mortes por coronavírus.

Nosso ritmo de crescimento sugere ultrapassagem do Reino Unido nesta próxima semana, para já fungar no cangote dos EUA em meados de maio.

Não temos testes suficientes e flertamos com uma série de medidas precoces para levantar a quarentena.

Note que, mantido o ritmo corrente, isso é algo praticamente dado.

Hoje temos base exponencial para ser o pior lugar do mundo no controle da doença. Zeramos quaisquer ganhos originais advindos de um contágio defasado por aqui.

Enquanto isso, investidores imunes ao corona discutem o que fazer quando o Ibovespa alcançar os 90 mil pontos: comprar mais ou comprar muito mais?

Eu começo a cogitar comprar Bolsa abaixo dos 70 mil pontos, e me prontifico a vender a qualquer interessado acima dos 90 mil.