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Maior cervejaria do mundo, AB InBev planeja impulso nas vendas do Brasil à China com foco em volume

01 ago 2025, 5:45 - atualizado em 01 ago 2025, 5:45
imposto do pecado cerveja
Brasil é mercado-chave e AB InBev quer recuperar volume de vendas no país (Imagem: Divulgação/Skol/Twitter)

Das praias de Copacabana aos bares de neon de Xangai, a maior cervejaria do mundo, a AB InBev, precisa convencer os consumidores a pedir mais cervejas Brahma, Skol, Budweiser, Corona, entre outras em um vasto portfólio de grandes marcas conhecidas mundialmente.

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As ações da empresa caíram 11,5% nesta quinta-feira (31), a maior queda diária desde 2020, após os volumes do segundo trimestre ficarem abaixo das estimativas, puxados por quedas acentuadas no Brasil (um mercado-chave) e na China, a segunda maior economia do mundo.

As ações da Heineken, sua rival, também caíram mais de 8% na segunda-feira (28), depois que a empresa alertou que os volumes seriam mais fracos do que o esperado para o restante do ano e optou por não aumentar sua projeção de lucro anual, citando a volatilidade, incluindo as tarifas comerciais dos Estados Unidos.

Em meio aos desafios mais amplos enfrentados pelo setor de bebidas alcoólicas, as preocupações com crescimento e volume nas duas maiores cervejarias do mundo ofuscaram outros aspectos de seu desempenho, como o forte crescimento dos lucros, segundo investidores e analistas.

“O volume não foi onde gostaríamos que estivesse”, disse o CEO da AB InBev, Michel Doukeris, a investidores nesta quinta-feira. Ele destacou, no entanto, que outros indicadores de desempenho, como lucro e receita, estão crescendo de forma consistente.

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Doukeris afirmou que o clima ruim no Brasil causou a queda no desempenho e que a empresa está se preparando para voltar a crescer na segunda metade do ano.

Na China, onde o portfólio de cervejas mais caras da AB InBev tem perdido espaço para os concorrentes, a empresa está tentando aumentar as vendas para consumo doméstico, em vez de focar em bares e restaurantes.

O consumo em estabelecimentos, que até agora era o foco da AB InBev na China, tem sofrido com a economia lenta e novas regras do governo que proíbem servidores públicos de se reunir em grandes grupos em restaurantes.

Mas isso não foi suficiente para evitar que os investidores perdessem a paciência com o fraco crescimento de volume – uma parte fundamental do argumento de investimento para o setor de cervejas, que vem tendo dificuldade em entregar crescimento nos últimos anos.

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As cervejarias esperavam recuperar os volumes em 2024, após aumentos de preços que causaram quedas prolongadas nas vendas. No entanto, esses planos foram frustrados pelo clima desfavorável e pela inflação. Agora, há risco de estagnação novamente em 2025, com o impacto das tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump no radar.

Jogo de Volume

Siphelele Mdudu, analista de investimentos da Matrix Fund Managers, que investe em ações do setor de bebidas, disse que não é suficiente crescer apenas com aumentos de preços.

“Eventualmente, você acaba levando seus consumidores para produtos alternativos”, afirmou, acrescentando que a cerveja é, fundamentalmente, um ‘jogo de volume’.

Mdudu e Daniel Isaacs, analista da 36ONE, acionista da AB InBev, disseram que um dos principais fatores na queda da empresa no Brasil foi o preço: a AB InBev aumentou os preços antes da Heineken, que acabou se beneficiando disso.

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Doukeris disse que o mercado agora está se ajustando às mudanças de preço.

A Heineken também sofreu na Europa devido a longas e difíceis negociações de preços com varejistas. Ela também alertou que a incerteza em torno das tarifas está afetando os consumidores nas Américas e pode prejudicar o crescimento de volume.

Trevor Stirling, analista da Bernstein, observou que as cervejarias ainda estão tendo bom desempenho em alguns mercados, como o México, onde ameaças de tarifas dos EUA são uma preocupação constante.

Mas, se quiserem evitar reações negativas semelhantes no preço das ações no futuro, as cervejarias precisarão encontrar formas de tranquilizar investidores nervosos de que conseguirão entregar crescimento em volume.

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“Se você tem dúvidas sobre a robustez da história de crescimento de volume, tende a reagir de forma exagerada”, disse Stirling.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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