Bitcoin (BTC)

Como a queda de volume do Bitcoin, afetou as corretoras do Brasil, nos últimos 6 meses

21 dez 2019, 12:00 - atualizado em 20 dez 2019, 21:14
O volume de Bitcoins é uma métrica importante para se medir a saúde dos negócios relacionados à criptomoeda. Todas as corretoras nacionais sofreram com a queda de volume, tendo sido este, um fenômeno mundial (Imagem: Edgar Su/Reuters)

O Bitcoin desde o primeiro semestre, vem apresentando cotações e volumes oscilantes todos os dias. Tendo no volume, seu principal item de avaliação, sobre a saúde do mercado e poder de fogo nos negócios relacionados consigo.

É fato que a queda do volume do Bitcoin esse ano, foi decrescente e vem promovendo intensos debates e estudos sobre sua relevância, como item de avaliação, sobre o mercado de criptomoedas. Diversos estudos são empreendidos, por diversos analistas de mercado e análise dados, tais como os estudos da IntoTheBlock. No qual preconizam que o volume de negócios e transações, tais como: análise do orderbook e do volume de transações no blockchain, retratam exatamente, qual o tamanho do mercado.

Dito isto, passemos a analisar a queda do volume de Bitcoins no mercado nacional. Que vem sofrendo perdas significativas de volume desde o início do ano. Tendo somente um pico de valorização e volume no meio do ano, surfando na onda internacional e depois caindo paulatinamente, mês a mês, como podemos ver no gráfico abaixo.

(Imagem: MoneyTimes)

Mesmo apresentando uma enorme queda de volume, em 2019, a valorização do Bitcoin alcançou 132,3%, com um aumento significativo de volume, totalizando R$ 1,8 bilhão acumulado esse ano, pelas corretoras no Brasil. Somente em maio, o volume das corretoras monitoradas pelo Cryptowatch ultrapassou R$ 760 milhões, níveis que não eram atingidos desde janeiro de 2018.

O pico de volume de todas as corretoras no Brasil e fora, coincide com o pico mundial do Bitcoin, assistido durante os dias 21 a 25 de julho.

(Imagem: Cryptocompare)

De forma geral, todo o volume de Bitcoin negociado nos últimos seis meses, em nível mundial, caiu. Inclusive para as grandes corretoras, tais como Bitfinex, Kraken e Coinbase. Como podemos ver no gráfico abaixo.

(Imagem: Bitcoinity)

Sobre as corretoras nacionais

A Mercado Bitcoin, é a principal corretora de criptoativos no Brasil. Há anos lidera sozinha o primeiro lugar, logo após vem as demais. O segundo e o terceiro lugar são móveis, já tendo sido ocupados por Foxbit, a extinta judicialmente NegocieCoins e a Bitcointrade que possui o maior volume de Ripple (XRP) da América Latina.

O ranking brasileiro em geral é muito instável, então os 3 primeiros lugares, mudam diariamente. Mas a liderança do Mercado Bitcoin é inconteste. Sobre queda de volume, todas as corretoras no Brasil perderam volume nos últimos 6 meses, é importante destacar.

De acordo com dados do Cointradermonitor, o volume hoje é de 169.37 Bitcoins, algo em torno de R$ 4.956.724,22.  Ocupando 22.73% do market share nacional, no momento dessa redação. Destacamos que esses números mudam todos os dias em relação ao market share.

No analisador de volume da Cryptocompare, parece haver um delay de 24h na mensuração. Porém, havendo pouca diferença entre ambos os serviços de mensuração.

De fato a queda é mundial, conforme os dados estudados nesse artigo. O índice da Cryptocompare, analisa o volume do Bitcoin em nível mundial e utiliza as informações públicas das API fornecidas pelas próprias corretoras. Contudo, os volumes negociados via OTC não são públicos. Conforme nos confirmou, Vlad Cealicu, CTO da Cryptocompare.

(Imagem: Cryptocompare)

O último pico de volume, ocorreu em 25 de julho, como veremos no gráfico abaixo.

(Imagem: Cryptocompare)

Consultamos a Mercado Bitcoin sobre a posição deles a respeito desses números e eles colocaram que todo o mercado sofreu uma reversão nos últimos meses. Não sendo uma exclusividade da Mercado Bitcoin a perda de volume. No mesmo período a Coinbase, por exemplo, teve um redução de 60% no volume do par BTC/USD, conforme Fabrício Tota, diretor da OTC da Mercado Bitcoin, a perda foi de 58%.

Ainda assim, 2019 fechará o ano com o maior volume transacionado na plataforma do Mercado Bitcoin, com mais de R$ 4,5 bi, superando o ano de 2017, conforme Fabrício Tota. A Mercado Bitcoin não falou nada sobre seus planos em 2020.

Também conversamos com João Canhada, CEO da Foxbit, e Daniel Coquiere, CEO da Bitcointrade. Ambos confirmaram quedas expressivas de volume ao longo do ano.

A Foxbit, assim como a Mercado Bitcoin, teve seu pico de volume, exatamente no mesmo dia.

(Imagem: Cryptocompare)

Canhada afirmou que suas operações de OTC (operações de balcão, onde são negociados volumes maiores de Bitcoins) aumentou em 40% nos últimos 6 meses e que essas operações cobrem a queda de faturamento, nas operações diárias de corretagem da plataforma. Os planos da Foxbit para 2020 são lançar novos serviços e aumentar o ecossistema, após a compra da Modiax. Leia mais aqui.

(Imagem: Cryptocompare)

Daniel Coquiere, CEO da Bitcointrade, também nos confirmou queda, mas não nos apresentou números da plataforma. Nos indicou um índice público de preços, mas que não fornece um histórico de volume ao longo do ano. Impossibilitando assim nossa análise. A Bitcointrade, também não está indexada no índice do Cryptocompare, não nos permitindo uma análise mais minuciosa.

Para 2020, a Bitcointrade pretende continuar a crescer e implementar mais serviços, voltados ao comércio, como o atual Bitcoinback, uma plataforma de cashback com Bitcoin. Será lançada também, versões mais amigáveis para as plataformas móveis e a adição do token EOS, logo no início do ano.

Consultamos as corretoras Stratum, mas Rocelo Lopes, seu CEO, se negou informar os dados, alegando problemas de segurança. A Cointradecx, também foi consultada, na figura de sua Head de Marketing, Ana Élle, mas até o fechamento desse artigo não obtivemos retorno.

Leandro França de Mello é editor chefe do portal Cryptowatch. Escritor, palestrante, cientista de dados e empreendedor serial.
Leandro França de Mello é editor chefe do portal Cryptowatch. Escritor, palestrante, cientista de dados e empreendedor serial.
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