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Ibovespa: Por que a Yduqs (YDUQ3) desaba mais de 7% pelo segundo dia consecutivo?

17 mar 2022, 15:49 - atualizado em 17 mar 2022, 15:49
Yduqs
Ações da Yduqs são o principal destaque negativo do Ibovespa pelo segundo dia consecutivo (Imagem: Facebook Yduqs)

Pelo segundo dia consecutivo, as ações da Yduqs (YDUQ3) são o principal destaque negativo do Ibovespa (IBOV). Nesta quinta-feira (17), por volta das 14h10, os papéis da companhia afundavam 7,50%, cotados a R$ 15,17.

Na quarta-feira (16), após a divulgação dos resultados referente ao quarto trimestre de 2021, a companhia fechou o pregão com queda de 10,48%.

A empresa que atua no setor de educação divulgou na noite de terça-feira (15) um prejuízo líquido de R$ 74,3 milhões no período, uma perda 27,6% menor à reportada no ano anterior, de R$ 102,6 milhões.

No acumulado do ano, o lucro ajustado da Yduqs caiu 41,8%, mesmo com um crescimento de 15,3% na receita anual.

Por que as ações caem pelo segundo dia consecutivo?

Segundo o analista da Benndorf, Niels Tahara, no geral, a companhia entregou “resultados fracos no 4T21 e no ano de 2021 como um todo”.

Além dos números que deixaram a desejar, Tahara explica que o ticket médio dos diversos segmentos da Yduqs ficou próximo da estabilidade, “o que diante de um cenário de inflação alta tem afetado as margens da companhia”, apesar do crescimento de 63,1% da base de alunos.

O analista ainda destaca que, mais importante que o resultado em si, a companhia divulgou projeções de captação e preço para o primeiro trimestre de 2022.

“Apesar de esperar por bons volumes de captação na graduação, o ticket médio no ensino digital (EAD) e no ensino presencial devem sofrer retração em relação ao mesmo período de 2021″, afirma.

De acordo com Tahara, as perspectivas tendem a pressionar ainda mais os resultados da companhia, justificando a forte queda recente das ações.

O que esperar da Yduqs?

O analista da Benndorf afirma que o curto prazo segue “bastante desafiador” para a Yduqs e para o setor de educação como um todo.

“O setor de educação é um segmento bastante elástico, além de ter sido um dos setores mais afetados pela pandemia. Enquanto vemos a maior parte dos efeitos da pandemia já ficando no passado, saímos da mesma num cenário de inflação alta, ciclo de aumento da Selic e menor renda disponível, uma nova tempestade para o segmento”, diz Tahara.

Já olhando para o longo prazo, o analista vê o investimento no setor com bons olhos, uma vez que o ensino superior no país é bastante dependente das instituições privadas de ensino.

E, apesar da adesão ao ensino superior ser baixa no país, Tahara afirma que a Yduqs vem tomando iniciativas importantes nesse sentido, como o aumentando sua participação no ensino digital e a presença nos cursos de medicinas, onde a demanda é menos elástica e há grande déficit de vagas.

“Sendo assim, apesar de entender a recente queda como uma oportunidade para os investidores de longo prazo, enxergamos um péssimo timing, dado cenário desafiador no curto prazo e a atratividade relativa maior de outras empresas/setores”, completa o analista.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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