Meio Ambiente

Mais de 10.000 espécies correm risco de extinção na Amazônia, diz relatório

14 jul 2021, 18:47 - atualizado em 14 jul 2021, 18:47
Amazônia
A floresta tropical é um baluarte vital contra as mudanças climáticas pelo carbono que absorve e pelo que armazena (Imagem: REUTERS/Bruno Kelly)

Mais de 10.000 espécies de plantas e animais correm o risco de extinção devido à destruição da floresta amazônica – 35% da qual já foi desmatada ou degradada, segundo esboço de um relatório científico divulgado nesta quarta-feira.

Produzido pelo Painel Científico para a Amazônia (SPA, sigla em inglês), o relatório de 33 capítulos reúne pesquisas sobre a maior floresta tropical do mundo de 200 cientistas ao redor do globo.

É a avaliação mais detalhada do estado da floresta até agora e deixa claro tanto o papel vital da Amazônia ao clima do mundo quanto o profundo risco que está sofrendo.

Reduzir o desmatamento e a degradação da floresta a zero em menos de uma década é crucial, disse o relatório, que também pede por um grande reflorestamento em áreas já destruídas.

A floresta tropical é um baluarte vital contra as mudanças climáticas pelo carbono que absorve e pelo que armazena.

Segundo o relatório, o solo e a vegetação da Amazônia guardam 200 bilhões de toneladas de carbono, mais de cinco vezes todas as emissões anuais de CO2 do mundo.

Além disso, a contínua destruição causada pela interferência humana na Amazônia coloca mais de 8.000 plantas endêmicas e 2.300 animais em alto risco de extinção, acrescentou o relatório.

A ciência mostra que os humanos enfrentam riscos potencialmente irreversíveis e catastróficos devido a múltiplas crises, como as mudanças climáticas e o declínio da biodiversidade, afirmou a professora da Universidade de Brasília Mercedes Bustamante, durante uma discussão virtual do painel.

“Há uma pequena janela de oportunidade para mudar essa trajetória”, afirmou Bustamante. “O destino da Amazônia é central à solução das crises globais”.

No Brasil, o desmatamento cresceu desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo em 2019, chegando à maior taxa em 12 anos no ano passado e gerando críticas internacionais de governos estrangeiros.

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