Comprar ou vender?

Mais dividendos? Chances de Itaú (ITUB4) aumentar o payout crescem após resultados, vê analista

07 nov 2023, 13:17 - atualizado em 07 nov 2023, 13:17
itau-itub4
Itaú agrada novamente com resultados (Imagem: Kaype Abreu/Money Times)

Mais uma vez, o Itaú (ITUB4) não decepcionou e entregou resultados sólidos, com o lucro líquido recorrente de R$ 9 bilhões no terceiro trimestre superando as expectativas do mercado.

Não houve grandes mudanças em relação aos trimestre anteriores. A carteira de crédito conseguiu se expandir, mesmo diante de um ciclo de desaceleração, enquanto a inadimplência e os custos ficaram sob controle, avalia o BB Investimentos.

“Navegando com serenidade o ciclo de alta da inadimplência conjugada com desaceleração da originação no setor bancário, em nossa visão, o Itaú agrega mais um resultado de qualidade, demonstrando a fortaleza de sua operação”, afirma o banco.

Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, cita o controle da inadimplência, mas também destaca o “forte crescimento de serviços” no trimestre em particular.

“Com uma folga ainda maior nos indicadores de capital, acreditamos ser uma questão de tempo até que o Itaú aumente o seu payout (proporção do lucro que distribui aos acionistas)”, diz.

Quaresma destaca o Índice de Basiléia de 16,3%, bem acima do mínimo regulatório de 11,5%. Segundo a analista, isso dá bastante “gordura” no balanço.

“Isso só aumenta as chances de a companhia aumentar o seu payout, um cenário que o próprio CEO afirmou publicamente estar considerando e pendente de novas normas a serem divulgadas pelo BC ainda em novembro”, lembra.

Em tom de cautela, o Bradesco BBI chama atenção para o “modesto” crescimento do crédito (de um dígito médio), “no qual observamos contração no crédito consignado”, embora reconheça que, em linhas gerais, o saldo foi positivo.

Além do lucro de R$ 9 bilhões, o Itaú reportou um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 21,1%.

A carteira de crédito total cresceu 4,7%, fechando setembro com R$ 1,6 trilhão. O Itaú explica que merecem destaque os crescimentos de:

  • 17,9% em crédito pessoal;
  • 12,1% em crédito imobiliário, mercado em que, ao longo desse período, o banco avançou na melhoria da jornada para os clientes;
  • 3,1% em veículos.

O índice de inadimplência de 90 dias ficou praticamente estável, tendo apontado uma leve alta de 0,2 ponto percentual, para 3%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Vale a pena ter as ações de uma das maiores pagadoras de dividendos do ano? Veja a recomendação do analista Fernando Ferrer no Giro do Mercado desta terça-feira (7), é só clicar aqui:

Itaú é favorita do setor?

O Itaú ainda é uma recomendação recorrente dos analistas. A ação chega a ser, inclusive, a favorita da XP Investimentos, que destacou a força da qualidade dos ativos e ressaltou que a revisão do guidance, embora pareça em um primeiro momento negativo, foi necessária para refletir a descontinuação da operação na Argentina.

A corretora tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 35.

O BB, também com recomendação de compra, manteve o preço-alvo de R$ 35,20 ao fim de 2024 para os papéis do banco, na esperança de que os resultados dos próximos trimestres devem continuar sólidos.

“Na previsibilidade, solidez e performance operacional do Itaú reside um excelente potencial para posicionamento no setor bancário com o menor risco possível”, defende a instituição.

Para a Empiricus Research, o terceiro trimestre sela mais um período de performance superior aos pares. Mesmo negociando a 1,5 vez seu valor patrimonial, a casa de análise entende que o prêmio de 30% sobre Santander Brasil (SANB11) e de 55% sobre Bradesco (BBDC4) é justificado.

O Itaú continua presente em diversas carteiras recomendadas da Empiricus.

Distanciando-se das demais recomendações, o Bank of America (BofA) está neutro com o banco, apesar de os resultados terem correspondido às expectativas. Para o banco, é preciso ver sinais mais claros de um crescimento mais forte das receitas.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.