Banco Central

Mandato duplo do BC pode resultar em mais inflação, avalia Itaú

12 mar 2018, 19:22 - atualizado em 25 jun 2020, 23:51

Os economistas Felipe Salles, Julia Gottlieb e Thales Caramella, da equipe de macroeconomia do Itaú Unibanco, mergulharam no debate sobre a autonomia do Banco Central. Concluem em estudo que a autonomia formal é bem-vinda, elevaria a credibilidade da autoridade e a eficácia da política monetária.

Quanto à possibilidade de se estabelecer um mandato duplo do BC, ou seja, prevendo como objetivos o controle da inflação mais o nível de emprego, o veredicto é negativo. Para eles, o BC não tem controle sobre “variáveis reais”. Isso poderia resultar, portanto, em inflação mais alta e expectativas desancoradas, sem benefícios no emprego.

“Embora o BC consiga afetar a inflação no longo prazo, ele não consegue controlar nem a taxa de juros real neutra, que depende da taxa de poupança da economia e da política fiscal, nem a taxa de desemprego que vai vigorar no longo prazo, que depende da legislação trabalhista vigente, nem a taxa de crescimento da economia, que depende de variáveis demográficas, do crescimento da produtividade, entre outros”, escrevem em relatório divulgado nesta segunda-feira (12).

De 31 bancos centrais analisados, somente Brasil, Tailândia, Polônia, Noruega e China não possuem autonomia formal. Os mandatos mais comuns focam na estabilidade de preços. O Federal Reserve (BC dos EUA) é exceção, com um mandado múltiplo (máximo emprego, estabilidade de preços e taxas de juros de longo prazo moderadas) sob “o maior grau de autonomia”.

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