Internacional

Manifestantes e polícia entram em confronto em Xangai em meio a descontentamento por restrições da Covid

27 nov 2022, 13:34 - atualizado em 27 nov 2022, 13:34
Linha de produção da fábrica de assentos automotivos Yanfeng Adient em Xangai
A onda de desobediência civil, que se espalhou para outras cidades, incluindo Pequim, não tem precedentes na China continental desde que o presidente Xi Jinping assumiu o poder . (Imagem: REUTERS/Aly Song/File Photo)

Centenas de pessoas foram às ruas em Xangai e entraram em confronto com a polícia neste domingo, depois que os protestos contra as rígidas restrições de combate à Covid na China seguiram pelo terceiro dia após um incêndio mortal em um apartamento no extremo oeste do país.

A onda de desobediência civil, que se espalhou para outras cidades, incluindo Pequim, não tem precedentes na China continental desde que o presidente Xi Jinping assumiu o poder uma década atrás, e ocorre em meio à crescente frustração com a política Covid-zero, um marco da administração de Xi.

A China já está há quase três anos vivendo com algumas das restrições mais rígidas do mundo.

O incêndio em um prédio residencial na cidade de Urumqi desencadeou protestos depois que vídeos do incidente postados nas mídias sociais levaram a acusações de que o lockdown foi um fator importante no número de mortos.

Funcionários públicos em Urumqi deram uma entrevista coletiva nas primeiras horas do sábado para negar que as medidas anti-Covid tenham dificultado a fuga e o resgate do incêndio. Muitos dos 4 milhões de habitantes de Urumqi estão sob alguns dos bloqueios mais longos do país, impedidos de deixar suas casas por até 100 dias.

No domingo, em Xangai, a polícia manteve uma forte presença na rua Wulumuqi, que leva o nome em homenagem a Urumqi, e onde uma vigília à luz de velas no dia anterior se transformou em manifestação.

À noite, centenas de pessoas se reuniram na região.

Alguns brigaram com a polícia que tentava dispersá-los. As pessoas seguravam folhas de papel em branco como expressão de protesto.

Uma testemunha da Reuters viu pelo menos sete pessoas sendo levadas pela polícia.

“Só queremos nossos direitos humanos básicos. Não podemos sair de casa sem fazer um teste. Foi o acidente em Xinjiang que levou as pessoas a este ponto”, disse um manifestante de 26 anos que pediu para não ser identificado devido à sensibilidade do assunto.

No sábado, a vigília em Xangai pelas vítimas do incêndio no apartamento se transformou em um protesto contra as restrições contra a Covid, com a multidão gritando pedindo o cancelamento dos lockdowns.

A China tem mantido a política Covid-zero de Xi, mesmo que grande parte do mundo tenha suspendido a maior parte das restrições. Embora baixos para os padrões globais, os casos de Covid da China têm atingido recordes nos últimos dias, com quase 40.000 novas infecções no sábado.

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