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‘Máquina de fazer dinheiro’, EDP (ENBR3) vai entregar dividendos agressivos

17 fev 2022, 10:42 - atualizado em 17 fev 2022, 11:02
EDP
A Genial Investimentos definiu ENBR3 como money maker – uma máquina de fazer dinheiro – por causa dos fortes dividendos (Imagem: REUTERS/Jose Manuel Ribeiro)

Após a elétrica EDP Energias do Brasil (ENBR3), da portuguesa EDP, apresentar o balanço do 4T21 e anunciar R$ 1,2 bilhão em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), a Genial Investimentos avaliou como “agressiva” a distribuição de proventos da empresa.

Para a corretora, são pontos positivos o anúncio do novo programa de recompra de ações, que “mostra confiança do management“, e o das ações canceladas, que “geram valor ao acionista”.

A casa avalia que as distribuidoras estão em um bom momento e que a EDP é um dos raros casos que consegue aliar crescimento e dividendos.

Em relatório, a Genial afirma que tem uma leitura “muito positiva” para o ano de 2021 da empresa por múltiplos fatores. Vitor Souza, que assina a análise, fala em “maior agressividade no que diz respeito à distribuição de proventos”.

O analista definiu a empresa como money maker – uma máquina de fazer dinheiro -, por causa dos fortes dividendos. A recomendação da Genial, no entanto, segue como “manter”, com preço-alvo de R$ 24, o que implica um potencial de alta de 18%.

A corretora acredita que uma queda nos preços de longo prazo de energia pode afetar a lucratividade do negócio. Ela vê alta concorrência nos leilões de transmissão e “mudança no cenário hidrológico”.

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EDP no 4T21

A Genial chama atenção para o Ebitda de R$ 1,36 bilhão (alta de 66,3%), que foi acima do consenso devido ao impacto positivo de R$ 320 milhões referentes ao ganho derivado da venda de três linhas de transmissões feitas pela empresa em dezembro de 2021.

Excluindo tal impacto, o Ebitda recorrente teria ficado na casa dos R$ 1 bilhão, ligeiramente acima do consenso, destaca a corretora.

“Como destaque positivo, mencionamos o bom controle de custos da empresa, alcançando R$ 316 milhões no 4T21 – evolução de apenas 6,4% em um ano de inflação duplo dígito”, disse.

A corretora destaca que o orçamento base-zero da empresa já conseguiu alcançar a economia de R$ 390 milhões/ano. “A dívida líquida alcançou R$ 8,9 bilhões (2,0x Dív. Líq./Ebitda considerando a consolidação de todos os ativos da empresa)”.

Para a Genial, a performance da EDP Espirito Santo e da EDP São Paulo foram razoáveis, “apesar do cenário desafiador em termos de consumo em sua áreas de concessão”.

A corretora avalia que as empresas apresentaram bom controle de custos gerenciáveis/PMSO e evolução expressiva de Ebitda (+18% a/a), após a aplicação do reajuste tarifário em ambas as distribuidoras, alcançando R$ 538 milhões (+18,5% a/a).

Neste trimestre, diz, o segmento de geração também apresentou uma boa performance devido a estratégia de sazonalização da empresa (quando a empresa decide onde alocar sua energia ao longo do ano).

A estratégia se mostrou acertada para o período e trouxe expressiva evolução nas receitas de geração (R$ 419 milhões, +26% a/a) e um Ebitda de R$ 287 milhões, uma queda de -50% a/a devido a impactos extraordinários de R$388 milhões, destaca a corretora.

O lucro do 4T21 da EDP foi de R$ 809 milhões devido aos impactos extraordinários, mas também por conta de uma menor alíquota de IR no período, diz a Genial.

Dividendos: o que foi anunciado

A EDP disse em relatório que, em 29 de dezembro, o conselho de administração aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio no montante de R$ 454,8 milhões, correspondente a R$ 0,79 por ação, relativos ao exercício de 2021.

A companhia disse que levará para deliberação na assembleia, no dia 5 de abril, dividendos totais no valor de R$ 803 milhões, equivalente à R$ 1,39 por ação, totalizando R$ 2,18 por ação.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.