Rio de Janeiro

Maracanã à venda: Entenda o plano dos deputados do Rio de Janeiro para privatizar o estádio mais famoso do Brasil

28 out 2025, 10:57 - atualizado em 28 out 2025, 10:57
Maracanã à venda — Reprodução
Aérea do Maracanã com a placa "À VENDA" destacando o icônico estádio e o plano de privatização proposto pelo governo do Rio de Janeiro para reduzir sua dívida com a União. Maracanã à venda — Reprodução

O Maracanã, um dos maiores e mais icônicos palcos do futebol mundial, está à venda. O governo do Rio de Janeiro planeja privatizar o complexo do estádio como parte de uma estratégia para reduzir sua dívida bilionária com a União.

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No total, 62 imóveis estão na lista para venda, incluindo o próprio Maracanã.

A proposta foi aprovada na última quarta-feira (22) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), mas ainda precisa passar pelo plenário, onde pode sofrer alterações.

O objetivo da venda do Maracanã é apenas um: reduzir a dívida do estado que já ultrapassa os R$ 190 bilhões, e viabilizar a adesão do Rio ao programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), do governo federal.

O Propag, que substitui o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), permite que estados renegociem suas dívidas e eliminem os juros, desde que as economias geradas sejam destinadas a áreas como educação, moradia e segurança pública.

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A venda do Maracanã e outros imóveis públicos

Além do Maracanã, o governo estadual planeja vender também a Aldeia Maracanã, o Batalhão da PM da Tijuca e imóveis da Uerj. Com isso, a expectativa é reduzir o déficit orçamentário estimado em R$ 19 bilhões até 2026.

Rodrigo Amorim (União Brasil), presidente da comissão responsável pela proposta, justificou a venda como uma forma de reduzir os gastos com imóveis públicos subutilizados.

“Cada vez que o Maracanã abre para um jogo, o custo é de cerca de R$ 1 milhão. Não faz sentido o Estado continuar arcando com essa despesa. Ou se vende o Maracanã, ou se firma uma concessão mais longa — mas algo precisa ser feito”, afirmou Amorim.

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Estádio do Maracanã à venda — Reprodução
Estádio do Maracanã à venda — Reprodução

O impacto da venda para o Maracanã e o Flamengo

Alexandre Knoploch (PL), relator do projeto, destacou que a venda visa dar viabilidade financeira ao estádio e evitar que ele se torne um “elefante branco”. Segundo ele, a solução passa pela parceria com o Flamengo.

“Nosso objetivo é garantir arrecadação, mas também evitar que o Maracanã se torne um elefante branco. A solução passa necessariamente pelo Flamengo”, afirmou o deputado.

Vale lembrar que, em 2024, Flamengo e Fluminense firmaram um contrato de concessão de 20 anos com o governo do estado, ficando responsáveis pela administração, operação e manutenção do Maracanã e do Maracanãzinho, por meio da empresa Fla-Flu Serviços S.A.

Como vai ficar a Aldeia Maracanã

Existe ainda um entrave referente à Aldeia Maracanã. Trata-se da ocupação indígena de um casarão ao lado do estádio. O local está ocupado desde 2006. Uma disputa judicial teve início seis anos mais tarde. Em 2012, os ocupantes da aldeia entraram com uma ação civil pública pedindo que o imóvel passasse à propriedade da União.

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O governo do Rio de Janeiro argumenta que a Aldeia Maracanã é ocupada ilegalmente pelas famílias indígenas. Segundo Rodrigo Amorim (União Brasil), o local é “subutilizado por meia dúzia de indivíduos que se apresentam como índios”.

Em 2013, ano que antecedia a Copa do Mundo de 2014, indígenas e ativistas que os apoiavam foram retirados do terreno após uma operação da Polícia Militar. A área foi reocupada pelas famílias após o término dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.

De acordo com o advogado que representa os indígenas, Arão Guajajara, o que ajudou na decisão judicial que impede o estado de assumir a posse do imóvel é que o governo ainda não pagou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que recebeu o bem como garantia de dívidas trabalhistas.

Aldeia do Maracanã — Reprodução
Aldeia do Maracanã — Reprodução

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Formado em Jornalismo pela PUC-SP, atua como repórter no Money Times e no Seu Dinheiro, onde também já trabalhou como analista de mídias sociais, com experiência em produção de conteúdo para diferentes plataformas digitais. Antes disso, foi repórter no site Monitor do Mercado.
otavio.rodrigues@seudinheiro.com
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