Mercados

Março no vermelho: Gringos retiram R$ 5,6 bilhões da B3 em menos de duas semanas; entenda

14 mar 2024, 8:53 - atualizado em 14 mar 2024, 22:25
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No ano, o saldo dos gringos na B3 está no negativo, em R$ 23,3 bilhões. (imagem: Getty Images)

Até esta segunda-feira (11), de acordo com o último dado divulgado pela B3, o fluxo de capital não registrou nenhuma entrada dos gringos na bolsa de valores em março, apenas retiradas. Já foram R$ 5,6 bilhões, apenas nas duas primeiras semanas do mês.

O número do terceiro mês do ano se soma a mais um montante de saques registrados até então em 2024. Avaliando o ano todo, o saldo está no negativo, em R$ 23,3 bilhões, o pior desde 2019, quando registrou R$ 6,4 bilhões. Sendo assim, o saldo de 2024 quebra uma sequência de quatro anos de entrada líquida de recursos.

O melhor ano do fluxo de investimentos estrangeiros na B3, até então, foi em 2022, quando o saldo foi positivo em R$ 119,7 bilhões, seguido pelo ano de 2023 com R$ 55,9 bilhões.

“Em amostras mensais, desde janeiro de 2022, registramos 10 meses com saída de recursos, sendo agosto de 2023 o pior momento, com saída de R$ 10,4 bilhões, seguido pelo mês de janeiro de 2024, com saída de R$ 7,89 bilhões”, apontou o consultor de dados financeiros de mercado e também colunista do Money Times, Einar Rivero.

O que motivou a saída dos estrangeiros da bolsa?

O motivo para tantas saídas, no entanto, está lá fora. Segundo Rafael Passos, da Ajax Asset, os dados recentemente divulgados dos Estados Unidos vieram bastante resistentes, o que mostra que a economia está robusta e longe de uma recessão.

No entanto, a inflação continua alta, na casa dos 3,2%, e o Federal Reserve precisa ter mais dados de atividade para começar a cortar os juros. “O principal medo do Fed hoje é ter um repique na inflação e voltar a ter uma trajetória mais forte”, explica Passos. Com isso, a previsão de cortes que antes eram de 7 ano a ano, passaram para 3, o que impacta o mercado.

Outro ponto que o analista adiciona a este cenário é a economia da China. Por conta de uma desaceleração no país asiático, a deflação está sendo “exportada” aos outros países, já que a demanda está mais fraca.

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“Onde eu quero chegar é: os juros Estados Unidos está praticamente nas máximas e, mesmo que o Fed corte, ainda tem uma inflação alta, então os juros reais ficam ‘gordos’. Ou seja, o mercado americano permanece muito atrativo para investidor estrangeiro. Por que ele tiraria dinheiro de lá, onde está ganhando, para investir em emergente neste cenário?” aponta, Passos.

A análise do profissional é de que, até esse cenário não apresentar uma melhora, as retiradas dos investidores estrangeiros devem permanecer por mais um bom tempo.

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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